Na semana passada, em Nova
York, o grande lançamento e aposta da Nike para o mercado esportivo não foi uma
nova linha de roupas ou de tênis, mas sim a evolução do seu sistema Nike+,
ampliado agora para o basquete. Quatro sensores acoplados à palmilha do tênis
que medem os principais movimentos dos atletas dentro de uma quadra, inclusive
a altura dada durante o salto.
Poucos dias antes, no
México, a Adidas apresentou suas novidades para a imprensa. A evolução do
sistema Speed Cell foi a grande vedete da fabricante alemã. Agora, não apenas
no futebol, mas em outras modalidades, é possível o atleta rastrear seus
movimentos e mensurar velocidade, distância percorrida e outras coisas do
gênero.
E, tanto no México quanto
nos EUA, o grande negócio, na visão das duas empresas, é o fato de toda a
performance dos atletas poder ser compartilhada nos sites das fabricantes e,
principalmente, nos perfis dos consumidores em suas redes sociais. Essa é a
grande mudança no mercado de esporte nos últimos anos. Num movimento que veio
desde 2008, quando a Nike criou o sistema plus, as redes sociais passaram a
ditar o rumo dos fabricantes de material esportivo.
Hoje, Nike e Adidas, as duas
maiores do mercado, são muito mais empresas de tecnologia do que propriamente
uma fabricante de calçados. A anedota usada por Mike Parker, CEO da Nike,
durante a apresentação da evolução do sistema plus mostra claramente isso.
Disse ele que, há algumas décadas, fazia uma viagem de avião e rascunhava o
desenho de um tênis. A passageira ao lado perguntou o que era aquilo e ele
explicou que desenhava um tênis. A mulher, conta Parker, questionou se ainda
havia alguma coisa a ser inventada naquele mercado. Parker, então, emendou:
“Hoje posso dizer que nunca estive tão empolgado com os avanços que podem ser
feitos no mercado”.
E avanço nessa área
significa, necessariamente, fazer da fabricante uma empresa de tecnologia muito
mais do que uma mera produtora de calçados e artigos esportivos. A necessidade
de atender aos desejos de comunicação dos consumidores tem feito com que o foco
das empresas migrem. Agora, importante não é ter um grande produto tão somente.
Criar facilidades para
conectar os diferentes consumidores é o grande diferencial competitivo, hoje,
de Nike e Adidas no mercado de calçados. E isso permite que as empresas
aumentem suas vendas. As duas, até agora, foram as principais marcas a
investirem pesado nesse novo patamar de relacionamento com o consumidor. Em
breve, com as vendas aumentando em todo o mundo por conta da conexão dos mundos
real e virtual que elas conseguem fazer, as outras empresas deverão seguir um
caminho parecido.
As redes sociais já mudam o
comportamento das marcas. O consumidor, cada vez mais, é quem determina como é
o relacionamento com o produto. Ou, nesse caso, as duas maiores fabricantes de
material esportivo do mundo se anteciparam e mostram, para o consumidor, como
não deixar de parecer ser algo essencial para o seu dia a dia.
Fonte: Blog Erich Beting
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