ENTENDA
COMO A CRIAÇÃO DE EMBALAGENS PERSONALIZADAS PARA CADA CLUBE TORNA A OPERAÇÃO DA
AMBEV MAIS COMPLEXA E ONEROSA EM TODO O BRASIL
Nesta
semana, a Brahma colocou no mercado paulista as latas personalizadas
de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Ponte Preta e Portuguesa, clubes
que passou a patrocinar em maio, quando os tirou da Kaiser. E o torcedor que as
consome pode não ter a noção exata de quão custoso e complexo é para a Ambev
produzir essas latas.
Quando
a cervejaria se dispõe a ter produtos personalizados para cada clube que
patrocina, ela tem de obedecer a novos padrões. Se um são-paulino tentar
encontrar a lata de seu time no supermercado ou em um bar e não a encontrar,
por exemplo, o efeito da ação acabaria sendo prejudicial à marca: ele sairia do
recinto irritado com a Ambev.
É
por situações assim que a companhia tem de montar um esquema de distribuição
que abasteça o mercado por igual com as latas dos seis times. Obviamente, há
diferenças de tamanho de torcida de um clube para outro, algo que interfere na
demanda por cada uma das latinhas. Naturalmente, também há regiões em que
certas latas são mais vendidas do que outras. Qualquer que seja o cenário, o
escoamento não pode falhar.
Para
que a distribuição não seja prejudicada, a produção também deve estar alinhada,
e aí surgem mais dificuldades. Nas fábricas, para que sejam produzidas
diferentes latas de Brahma, a máquina que está configurada para fazer as
embalagens comuns precisa ser interrompida e preparada para produzir as latas
personalizadas dos times.
"Toda
lata de clube que lançamos no mercado é uma nova embalagem para a gente, então
trabalhamos com cada lata como se fosse um produto novo. Muda o nosso processo
industrial. É óbvio que, quanto mais produtos, mais complexa é a produção e a
distribuição, mas com o passar dos anos nós temos evoluído esse processo, e a
nossa capacidade fabril nos permite fazer essas ações", explica Rafael
Pulcinelli, gerente de marketing corporativo da Ambev e responsável pelo
futebol.
O
executivo não revela a quantidade de latas produzidas, tampouco quantas são
feitas para cada clube. Mas conta que, com base no tamanho de cada torcida e na
demanda comum do mercado, faz cálculos para que o montante necessário para
abastecer o mercado seja produzido de uma vez. Assim, as máquinas só precisam
ser interrompidas caso algum estoque tenha sido esgotado, um modo de não
encarecer a produção.
Dada
a complexidade para produzir e distribuir as latinhas dos clubes, a Ambev
decidiu fazer apenas edições limitadas. Durante um mês ou um pouco mais esses
produtos são colocados no mercado, uma estratégia que também faz com que as
latas tenham maior giro, pois os consumidores se antecipam e as compram pois
não sabem até quando elas estarão disponíveis. "Nesse processo de in e
out, como chamamos, conseguimos renovar as embalagens e atrair
colecionadores", diz Pulcinelli.
Para
"piorar", todo esse processo é realizado no país inteiro, pois a
Brahma é patrocinadora de 35 clubes. O Rio de Janeiro foi o primeiro mercado a
ser trabalhado, com as latas de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. Os
times baianos, seguidos pelos gaúchos, foram os seguintes, e agora é a vez de
São Paulo. As próximas regiões nas quais serão lançadas latinhas são Minas
Gerais, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Tudo para aproximar a empresa
dos torcedores de cada time, os consumidores.
Fonte:
POR RODRIGO CAPELO – ÉPOCA NEGÓCIOS
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