A
Adidas apresentou na última semana uma proposta de R$ 350 milhões por dez anos de contrato com o Flamengo. O projeto para assumir o fornecimento de materiais
esportivos do clube, existente desde o ano passado e revelado pela Máquina
do Esporte em novembro de 2011, porém, sofreu algumas alterações.
Alemães aceitaram esperar fim do contrato com Olympikus, até 2014 |
O
projeto inicial da empresa alemã era pagar a multa rescisória que o clube tem
em contrato com a Olympikus, atual responsável pela função, e passar a ser o
fornecedor a partir daquela data. Agora, porém, após conversas com a própria
fabricante brasileira, a ideia é que o contrato passe a valer a partir de 1º de
janeiro de 2015.
Na
última segunda-feira, a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, se reuniu com
Pedro Grandene, presidente da Vulcabras/Azaleia, dona da marca Olympikus. Na
reunião, além de debater sobre alguns termos referentes ao atual contrato, a
dirigente entregou a Grandene a proposta da Adidas.
Agora,a Vulcabras tem até o início de setembro para responder sobre a proposta da Adidas. O contrato é de R$ 35 milhões ao ano entre fornecimento de material
esportivo, premiações e um montante fixo por mês. Segundo apurou a Máquina
do Esporte, o Flamengo deve receber cerca de R$ 23 milhões fixos anualmente,
sendo os demais R$ 12 milhões divididos entre material (R$ 8 mi) e premiações
(R$ 4 mi).
“Esse
talvez seja o primeiro caso no Brasil em que o gerenciamento de um contrato de
fornecimento de material esportivo é feito de forma profissional tanto pelo
clube quanto pela empresa que demonstra interesse em patrocinar”, disse à Máquina
do Esporte Tullio Formicola Filho, diretor de marketing da
Vulcabras/Azaleia e responsável pela gestão do acordo da Olympikus com o
Flamengo.
O
executivo celebra o fato de que a Adidas preferiu respeitar o atual contrato em
vigência com a Vulcabras em vez de optar pelo pagamento da multa rescisória.
“Essa
é uma prática comum na Europa e nos Estados Unidos. Um ano antes o clube ou a
liga avisam que vão trocar o fornecedor do material esportivo. Por aqui, essa é
a primeira vez que vejo alguma coisa nesse gênero”, completou Formicola.
Curiosamente,
a própria entrada da Olympikus do Flamengo foi feita sem ser respeitado o
contrato com o antigo parceiro. Inicialmente, a fabricante brasileira tentou
romper o acordo que havia entre o clube e a Nike. A discussão foi parar na
Justiça, e a fabricante americana conseguiu manter o acordo até seu término, em
julho de 2009. Desde então, a Vulcabras passou a fornecer o material esportivo,
após uma concorrência realizada pelo Flamengo.
A
oferta da Adidas permanece a mesma desde novembro de 2011, quando a Máquina
do Esporte antecipou que a fabricante alemã pretendia pagar R$ 350 milhões
por um período de dez anos para a equipe rubro-negra (leia mais ao final da
reportagem). À época, o negócio estava sendo costurado sem o conhecimento da
Olympikus, tanto que, após reunião entre Formicola e Patrícia Amorim, o clube
divulgou nota negando que havia tido conversas com a fabricante alemã.
Diferentemente
do que publicou a Máquina do Esporte em novembro passado, porém, o
responsável por intermediar as conversas com a Adidas não é a Traffic, e sim
Carlos Peixoto, ex-diretor de futebol flamenguista, e Harrison Baptista,
ex-diretor de marketing do clube e que à época era funcionário da Traffic. A
dupla tem feito o meio-campo entre o Flamengo e a matriz da Adidas na Alemanha.
Tudo tem sido costurado por meio da filial da fabricante na América Latina,
cuja sede fica no Panamá.
As
tratativas com a fabricante estrangeira já acontecem desde o fim do ano
passado, mas tinham emperrado nas relações existentes entre a Vulcabras e o
Flamengo e até com a Adidas. Além da multa rescisória prevista no contrato, de
cerca de R$ 30 milhões, pesou o fato de as duas empresas de material esportivo
serem sócias no país. As duas empresas possuem uma joint venture que
é responsável pela gestão da marca Reebok no país.
Fonte: ERICH BETING e
RODRIGO CAPELO - Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP
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