O Flamengo anunciou, quase no último
dia útil de dezembro, aquela que talvez seja uma de suas principais
contratações. Marcelo Vido foi apresentado como novo diretor de esportes
olímpicos do clube. Ex-Minas Tênis Clube, Vido retorna ao Rubro Negro agora
como executivo (ele atuou no time de basquete do Fla nos anos 80).
A contratação de Vido é emblemática
para definir o novo momento que vive o clube e que, na ponta final, pode
refletir num poderoso retorno do Flamengo à condição de protagonista do mercado
esportivo brasileiro. Um dos primeiros ex-atletas com formação acadêmica em
gestão do esporte, Vido comandou ao lado de Sergio Bruno Zech Coelho uma
revolução na gestão do Minas Tênis Clube.
Um dos principais clubes sociais do
país, o Minas também é hoje um dos principais formadores de atletas olímpicos
e, mais do que isso, um dos únicos clubes com modelos autossuntetáveis de
modalidades esportivas. Muito disso tem a ingerência de Vido, que era gerente
de marketing e negócios do Minas.
No Flamengo, sua missão será parecida.
E, ao mostrar essa preocupação com o clube, a nova diretoria aponta para um
rumo totalmente diferente das anteriores. No lugar do “popularidade a qualquer
preço”, entra o lema “austeridade a todo custo”. Tanto que um dos passos mais
importantes dado pelo clube rumo ao futuro foi a condução de Carlos Langoni a
“vice-presidente de negociação da dívida”.
Renegociar a dívida e colocar
executivos sem apadrinhamento político em cargos chaves do clube é o ponto de
partida para que o Flamengo volte a ser um gigante. É o tal “choque de gestão”
que muitos políticos em campanha apregoam mas que, quando chega a hora de
sentar na cadeira de presidente, parecem não ter força para fazer.
Vido chega em boa hora ao Flamengo,
talvez como a maior contratação para o departamento de esportes do clube que
não o futebol. E, para o esporte brasileiro como um todo, é um alento que os
clubes, cada vez mais, procurem profissionalizar suas estruturas. O esporte está
com muito dinheiro. É hora de tornar a estrutura forte para que a grana não
escoe assim que a economia brasileira frear.
Fonte: Erich Beting
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