O
envio da minuta de contrato da Adidas pela diretoria do Flamengo para a votação
no Conselho Deliberativo não fez a Nike se dar por vencida. A disputa nos
bastidores com a Adidas continuou e só se encerrou na última terça-feira,
véspera da votação no conselho, no qual contrato de R$ 420 milhões por dez anos foi aprovado por unanimidade pelos conselheiros.
A empresa norte-americana tentou uma última cartada e enviou uma proposta
equivalente à do Corinthians (R$ 300 milhões), mas com o valor de antecipação e
luvas, de R$ 50 milhões, maior do que a oferecido pela multinacional alemã. A
investida foi determinante para a nova diretoria conseguisse da Adidas a
antecipação de R$ 58 milhões até fevereiro de 2013.
-
Estamos no páreo. Os conselheiros do Flamengo vão ter uma surpresa na reunião.
Vamos aguardar. A Nike ainda não considera que a Adidas fechou com o clube –
disse um representante da Nike.
Num
primeiro momento, as condições oferecidas pela empresa concorrente fizeram a
nova diretoria, liderada por Luiz Eduardo Baptista, o futuro vice-presidente de
planejamento e marketing, repensarem. Principalmente pelo valor que o Flamengo
teria disponível no início da gestão e pela situação financeira difícil pela
qual passada o clube. O salário de dezembro dos funcionários, por exemplo, está
atrasado. A diretoria, porém, conseguiu da Adidas melhorias importantes e as
negociações desde o meio do ano pesaram.
Com
a minuta contratual já aprovada pelo Deliberativo, porém, os dirigentes se
mobilizam para conseguir a liberação de verba para pagar os cerca de R$ 3
milhões para antecipar a rescisão com a Olympikus para o fim deste ano e,
consequentemente, assinar com a Adidas. A finalização do acordo, porém, só
deverá acontecer na semana que vem. Com as receitas variáveis, o contrato pode
chegar a R$ 500 milhões.
Durante
a reunião no Conselho Deliberativo do Flamengo, na última quinta-feira, Luiz
Eduardo Baptista, o Bap, defendeu e explicou detalhes do contrato com a Adidas.
O dirigente revelou a conversa com a Nike e explicou os motivos que levaram a
nova diretoria não aceitar as condições e dar prioridade à empresa alemã.
- Já
estávamos namorando há oito meses um bela mulher, uma outra passou do outro
lado da rua e piscou o olho. Sem chance de conversar. Mas era preciso dizer
isso aqui para não falar que só levamos em consideração essa proposta – disse
Luiz Eduardo Baptista.
A
última versão do contrato com as modificações só chegou para os dirigentes no
fim da votação no conselho. Segundo o que foi acordado até esta quinta-feira, o
Flamengo receberá até o dia 7 de janeiro R$ 38 milhões de luvas. Em fevereiro
receberá verba antecipada de R$ 20 milhões referentes ao pagamento anual. Parte
do valor das luvas serão destinados para o pagamento do rompimento com a
Olympikus. Os outros R$ 2,6 milhões serão usados para terminar a obra do Museu,
local escolhido para ser votado o contrato com a Adidas.
-
Tenho experiência em contratos como esse. Só vamos dizer que fechou quando
conferirmos todo o contrato e nos certificar de que tudo que foi prometido está
no papel – acrescentou Luiz Eduardo Baptista.
Além
dos cerca de R$ 52 milhões (tirando o pagamento da Olympikus e a finalização do
museu), o presidente eleito Eduardo Bandeira de Mello terá disponível R$ 10
milhões em crédito, liberados pelo Conselho de Administração, e mais R$ 15
milhões de direitos de transmissão, segundo informação a diretoria de Patricia
Amorim.
Durante
a apresentação, os diretores da Adidas exibiram fotos das camisas 1 e 2 do
Flamengo desenvolvidas pelos profissionais da empresa. Alguns conselheiros
quiseram fotografar, mas foram orientados a não tirar fotos para que as imagens
não fossem divulgadas.
Fonte:
Lancenet
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