sábado, 18 de fevereiro de 2012

CBF perde R$ 8 milhões para a Coca-Cola


comercial da coca-cola faz alusão as cores da seleção
Entidade perde recursos de briga judicial contra a Coca-Cola por causa de quebra de contrato em 2001. E ainda corre o risco de um revés de R$ 50 milhões

A Coca-Cola venceu a disputa judicial contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e até o fim do carnaval terá R$ 8.237.353,17 depositados em sua conta. Mas, além desse valor a multinacional de refrigerantes ainda pode forçar a entidade a pagá-la cerca de R$ 50 milhões, a título de perdas e danos.

No ano de 2001, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, rompeu unilateralmente o contrato de patrocínio com a Coca-Cola para assinar outro com a Ambev. A multinacional de refrigerantes era a patrocinadora da Seleção desde 1994 e a parceria só terminaria em 2002.

Em janeiro de 2010, a Justiça penhorou um total de R$ 12.708.931,09 da CBF das contas da entidade. No mês seguinte, ordenou que a entidade pagasse os R$ 8,2 milhões. E o restante do montante, referentes a juros e correção monetária, continuariam bloqueados.

Mas a CBF não quitou a dívida. No início deste mês, o juiz da 41 Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro, Wilson do Nascimento Reis, expediu um mandato de pagamento já recebido pelo Banco do Brasil, que retirará a quantia do dinheiro bloqueado e dará à Coca-Cola.

Para romper com a multinacional, Teixeira justificou que o contrato com a Ambev era irrecusável. Era uma oferta em dólar de US$ 10 milhões por ano, durante 17 anos. Em 2010, esse valor foi reajustado para US$ 15 milhões. Na ocasião, o  contrato com a Coca-Cola, celebrado em real, rendia R$ 3 milhões anualmente à CBF.

Além de pleitear os R$ 4 milhões de juros e correção monetária, a Coca-Cola ainda vai brigar por uma indenização a título de perdas e danos que, segundo cálculos jurídicos, pode chegar a R$ 50 milhões.

Ao ter o contrato rompido com a CBF a Coca-Cola deixou de ter sua marca exibida durante a disputa pela Seleção da Copa do Mundo da Coreia e Japão, em 2002, quando o Brasil foi pentacampeão mundial.

Nas instâncias inferiores, a empresa não teve êxito. Mas a briga já começou no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A notícia só aumenta a lista de problemas de Ricardo Teixeira, presidente da CBF. As informações que dão conta da sua possível renúncia são cada vez mais fortes e há um movimento de disputa nos bastidores para saber quem assumirá o comando da entidade.

Paralelamente, a lista de denúncias contra o dirigente vai crescendo. Na última quarta, a Folha de S. Paulo mostrou que a agência que organizou o amistoso entre Portugal e Brasil em Brasília, em 2008, tinha sede na fazenda de Teixeira. O dirigente sempre negou qualquer relação com a empresa em questão, investigada pelo Ministério Público por um suposto superfaturamento do amistoso à época.

Na última sexta, o jornalista Juca Kfouri, blogueiro do UOL, revelou que Sandro Rossel, presidente do Barcelona e ex-representante da Nike nas Américas, depositou R$ 3,8 milhões na conta da filha de Teixeira, Antônia, de 11 anos. 

Ambev é atual parceira da seleção (FOTO) site oficial do treinador/Mowa Press
Ambev paga R$ 27 milhões em 2010

De acordo com o balanço financeiro da CBF, referente ao exercício de 2010, a Ambev pagou pelo patrocínio a quantia de R$ 27.344.000,00. E convertido esse valor em dólar, na cotação do dia 31 de dezembro de 2010, ele equivale a US$ 16,4 milhões.

Com esse pagamento, ficou claro que a Ambev reviu os valores acordados em 2002, quando ofereceu a quantia de US$ 10 milhões por ano até 2018. E, com isso, sua obrigação financeira subiu para US$ 15 milhões.

O valor excedente, de US$ 1,4 milhão é referente aos direitos de royalties sobre a comercialização de produtos com as marcas
CBF e Seleção.

Uma das curiosidades da assinatura do contrato coma Ambev, foi a de que, na ocasião, em 2001, a empresa era processada pela
CBF, por uso indevido da imagem de alguns jogadores e da Seleção.

Em 1994, a Brahma, controlada pela Ambev, utilizou imagens da Seleção em propaganda. Mas uma vez confirmado o compromisso com o novo parceiro, a CBF informou que desistiu, iria retirar a ação e colocar um ponto final na briga judicial.

CBF rompe com a Traffic


Sérgio Castro/AE - Dono da Traffic, J. Hawilla, conversa com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, durante inauguração de centro de treinamento na cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo. 10/3/2009
Ao celebrar o contrato com a Ambev, em 2001, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) encerrou a parceria com a sua então
agência de marketing, a Traffic. O motivo do rompimento foi o fato de o presidente da entidade Ricardo Teixeira negociar com a multinacional de bebidas sem o conhecimento dos empresários.

O principal motivo era o fato de a Traffic ter celebrado o contrato com a Coca-Cola. E como Teixeira não estava disposto a perder os dólares da Ambev, omitiu as negociações com o novo parceiro.

A relação entre a CBF/Traffic começou em 1989, quando a agência levou a Pepsi para patrocinar a entidade. Em 1991, ela pagou US$ 6 milhões e passou a ser a agência de marketing oficial da entidade.

Também foi a Traffic que intermediou o contrato assinado com a Nike, alvo de investigações de duas CPIs no Congresso Nacional

Fonte: LANCENET/UOL

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