comercial da coca-cola faz alusão as cores da seleção |
Entidade perde recursos de
briga judicial contra a Coca-Cola por causa de quebra de contrato em 2001. E
ainda corre o risco de um revés de R$ 50 milhões
A Coca-Cola venceu a disputa
judicial contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e até o fim do
carnaval terá R$ 8.237.353,17 depositados em sua conta. Mas, além desse valor a
multinacional de refrigerantes ainda pode forçar a entidade a pagá-la cerca de
R$ 50 milhões, a título de perdas e danos.
No ano de 2001, o presidente
da CBF, Ricardo Teixeira, rompeu unilateralmente o contrato de patrocínio com a
Coca-Cola para assinar outro com a Ambev. A multinacional de refrigerantes era
a patrocinadora da Seleção desde 1994 e a parceria só terminaria em 2002.
Em janeiro de 2010, a
Justiça penhorou um total de R$ 12.708.931,09 da CBF das contas da entidade. No
mês seguinte, ordenou que a entidade pagasse os R$ 8,2 milhões. E o restante do
montante, referentes a juros e correção monetária, continuariam bloqueados.
Mas a CBF não quitou a
dívida. No início deste mês, o juiz da 41 Vara Cível da Comarca do Rio de
Janeiro, Wilson do Nascimento Reis, expediu um mandato de pagamento já recebido
pelo Banco do Brasil, que retirará a quantia do dinheiro bloqueado e dará à
Coca-Cola.
Para romper com a
multinacional, Teixeira justificou que o contrato com a Ambev era irrecusável.
Era uma oferta em dólar de US$ 10 milhões por ano, durante 17 anos. Em 2010,
esse valor foi reajustado para US$ 15 milhões. Na ocasião, o contrato com
a Coca-Cola, celebrado em real, rendia R$ 3 milhões anualmente à CBF.
Além de pleitear os R$ 4
milhões de juros e correção monetária, a Coca-Cola ainda vai brigar por uma
indenização a título de perdas e danos que, segundo cálculos jurídicos, pode
chegar a R$ 50 milhões.
Ao ter o contrato rompido
com a CBF a Coca-Cola deixou de ter sua marca exibida durante a disputa pela
Seleção da Copa do Mundo da Coreia e Japão, em 2002, quando o Brasil foi pentacampeão
mundial.
Nas instâncias inferiores, a
empresa não teve êxito. Mas a briga já começou no Superior Tribunal de Justiça
(STJ).
A notícia só aumenta a lista
de problemas de Ricardo Teixeira, presidente da CBF. As informações que dão
conta da sua possível renúncia são cada vez mais fortes e há um movimento de
disputa nos bastidores para saber quem assumirá o comando da entidade.
Paralelamente, a lista de
denúncias contra o dirigente vai crescendo. Na última quarta, a Folha de S.
Paulo mostrou que a agência que organizou o amistoso entre Portugal e Brasil em
Brasília, em 2008, tinha sede na fazenda de Teixeira. O dirigente sempre negou
qualquer relação com a empresa em questão, investigada pelo Ministério Público
por um suposto superfaturamento do amistoso à época.
Na última sexta, o
jornalista Juca Kfouri, blogueiro do UOL, revelou que Sandro Rossel, presidente
do Barcelona e ex-representante da Nike nas Américas, depositou R$ 3,8 milhões
na conta da filha de Teixeira, Antônia, de 11 anos.
Ambev é atual parceira da seleção (FOTO) site oficial do treinador/Mowa Press |
Ambev paga R$ 27 milhões em
2010
De acordo com o balanço financeiro da CBF, referente ao exercício de 2010, a Ambev pagou pelo patrocínio a quantia de R$ 27.344.000,00. E convertido esse valor em dólar, na cotação do dia 31 de dezembro de 2010, ele equivale a US$ 16,4 milhões.
Com esse pagamento, ficou claro que a Ambev reviu os valores acordados em 2002, quando ofereceu a quantia de US$ 10 milhões por ano até 2018. E, com isso, sua obrigação financeira subiu para US$ 15 milhões.
O valor excedente, de US$ 1,4 milhão é referente aos direitos de royalties sobre a comercialização de produtos com as marcas
CBF e Seleção.
Uma das curiosidades da assinatura do contrato coma Ambev, foi a de que, na ocasião, em 2001, a empresa era processada pela
CBF, por uso indevido da imagem de alguns jogadores e da Seleção.
Em 1994, a Brahma, controlada pela Ambev, utilizou imagens da Seleção em propaganda. Mas uma vez confirmado o compromisso com o novo parceiro, a CBF informou que desistiu, iria retirar a ação e colocar um ponto final na briga judicial.
CBF rompe com a Traffic
Ao celebrar o contrato com a Ambev, em 2001, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) encerrou a parceria com a sua então
agência de marketing, a Traffic. O motivo do rompimento foi o fato de o presidente da entidade Ricardo Teixeira negociar com a multinacional de bebidas sem o conhecimento dos empresários.
O principal motivo era o fato de a Traffic ter celebrado o contrato com a Coca-Cola. E como Teixeira não estava disposto a perder os dólares da Ambev, omitiu as negociações com o novo parceiro.
A relação entre a CBF/Traffic começou em 1989, quando a agência levou a Pepsi para patrocinar a entidade. Em 1991, ela pagou US$ 6 milhões e passou a ser a agência de marketing oficial da entidade.
Também foi a Traffic que intermediou o contrato assinado com a Nike, alvo de investigações de duas CPIs no Congresso Nacional
Fonte: LANCENET/UOL
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