Antonio Roque Citadini,
ex-homem forte do futebol do Corinthians, tem um mérito indiscutível em sua
carreira, algo capaz de abrilhantar o seu currículo como poucos dirigentes do
clube: ele nunca esteve ao lado de Kia Joorabchian, que "arrendou" o
Corinthians na época de Dualib. Hoje, é oposição e viu seu candidato ser
derrotado, com 40% dos votos. Continua fazendo política. Sempre é bom ouvi-lo.
A administração Andrés
Sanchez viabilizou e iniciou a construção do tão sonhado estádio, que será a
abertura da Copa do Mundo, modernizou o CT de Itaquera, trouxe Ronaldo, que foi
um marco na internacionalização da marca e no aumento de receitas, melhorou o
contrato do clube com a televisão, ganhou o apoio da Fiel com a decisão de não
atuar mais no Morumbi e é o atual campeão brasileiro. Dentro deste
cenário, é difícil fazer um discurso oposicionista?
Há um amplo espaço para o
discurso da oposição. Veja que com tudo o que foi destacado a oposição teve 40%
dos votos. O que não é pouco.
A oposição, que teve 40% dos
votos, tem uma lista de reinvidicações ou de propostas à adminis tração Mário
Gobbi? Ou, com a derrota nas urnas, a tendência é que o grupo se desmanche? Foi
uma união para brigar nas urnas ou há uma linha de pensamento única entre Roque
Citadini, Osmar Stabile, Paulo Garcia, Fran Papaiordanou, Romeu Tuma Júnior,
Miguel Margues?
A oposição apresentou
proposta para todas as àreas do clube. Tanto um grupo como outro sabem onde
estão as diferenças e igualdades nas proposta.
O que acontece no futebol
acaba virando notícia e o torcedor tem condições de formar o seu próprio juízo.
Agora, em relação aos outros esportes e a vida social do Corinthians, quais as
principais críticas da oposição?
As criticas feitas pelo
oposição foram tornadas pública na campanha. A campanha acabou e agora temos
uma nova gestão. Que também fez muitas propostas. Esperemos que cumpra o
discurso que falou.
Andrés Sanchez é um dos
fundadores da Pavilhão 9 e você, quando ocupava a vice-presidência, batia de
frente com as uniformizadas. Em sua opinião, as organizadas têm peso político
no clube? Atrapalham a administração corintiana?
As torcidas organizadas são realidades
em todos os clubes. Em geral os cartolas procuram usa-las. Boa parte delas
apoiou nossos candidatos nesta campanha.
Até qual limite devem ir
brincadeiras de dirigentes em relação ao clube adversário?
A rivalidade existe. E não
há porque não deixar isso claro. Não concordo com a atual relação do
Corinthians e São Paulo. E um movimento de dupla face. Por um lado criticam-se
mutuamente. Em público Por outro lado- em encontros restritos-
ficam trocando elogios imerecidos. Não deveria ocorrer as duas coisas. Nem
piadinhas chulas nem afagos sigilosos.
Como deveria se chamar o
estádio do Corinthians?
Devera ter o nome negociado
com uma empresa. E parte essencial para a realização da obra.
Em um mundo globalizado e
com muito dinheiro aplicado em esporte, você acredita que a tendência é que
clubes populares como Corinthians e Flamengo fiquem mais ricos e mais poderosos
do que os outros? É possível pensar em um cenario "espanhol" com
apenas dois grandes?
É um caminho sem volta. No
futuro os grandes públicos para a TV dominarão os campeonatos.
O futebol brasileiro é bem
administrado? O que mudaria com a saída de Ricardo Teixeira?
O futebol brasileiro tem
todo tipo de problemas. Como tem as empresas e bancos.
Você gosta mesmo de ópera?
Quais as suas favoritas?
Gosto muito. E quase todas
as de Verdi, Wagner, Puccini, Donizetti e Bellini.
Fonte: Blog do Menon
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