Primeiro
foi um comunicado “meio que ao acaso”, em 31 de maio, anunciando que após quatro
anos da compra da Umbro, a Nike decidia colocar à venda a marca de origem
inglesa para manter o foco nas atividades centrais da empresa. Hoje, a
fabricante americana também anunciou que passará a vestir a camisa da seleção
inglesa em 2013, encerrando 60 anos de parceria com a Umbro.
O
desfecho do caso significa exatamente o tiro de misericórdia na fabricante
inglesa, que sempre foi focada em futebol e tinha no time inglês o seu
principal produto. Tanto em termos de expansão global da marca quanto em venda
de artigos. Agora, sem o English Team, a pergunta provavelmente fica sem
resposta; quem irá querer a Umbro sem o seu maior ativo?
O
fim da parceria com a seleção inglesa marcará provavelmente a derrocada da
Umbro no cenário esportivo, mais ou menos como aconteceu com a Le Coq Sportif
no passado (o então famoso galo francês foi cedendo terreno para os
concorrentes até definhar). Ela também é mais uma evidência de que o mercado de
fabricantes de material esportivo está polarizado entre Nike e Adidas, com as
outras empresas “roubando” ainda pequenas fatias que estão disponíveis.
O
fracasso do acordo Nike-Umbro também mostra o quanto a empresa americana
“sentiu” o golpe da compra da Reebok pela Adidas, lá em 2005. Na ocasião, a
marca alemã viu na compra da concorrente a melhor forma de entrar nos Estados
Unidos com peso suficiente para atrapalhar os negócios da sua maior rival. O
tiro foi tão certeiro que a Nike tentou revidar comprando a Umbro, com o
intuito de tomar a liderança da Adidas no futebol que durava mais de seis
décadas. Durante alguns meses antes da Copa de 2010 isso foi possível, mas com
o fenômeno Jabulani a marca das três listras rapidamente retomou a liderança no
segmento.
Agora,
a Umbro começa a entrar no seu ocaso. É possível, ainda, que alguma marca
chinesa resolva comprar a fabricante para adquirir a capacidade de fazer
uniformes sob medida, um dos principais diferenciais da empresa inglesa. Fica a
certeza, porém, de que no mercado de futebol nunca mais teremos uma marca tão
charmosa como ela.
Fonte:
Erich Beting
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