terça-feira, 4 de setembro de 2012

A Nike começa a matar a Umbro


Primeiro foi um comunicado “meio que ao acaso”, em 31 de maio, anunciando que após quatro anos da compra da Umbro, a Nike decidia colocar à venda a marca de origem inglesa para manter o foco nas atividades centrais da empresa. Hoje, a fabricante americana também anunciou que passará a vestir a camisa da seleção inglesa em 2013, encerrando 60 anos de parceria com a Umbro.

O desfecho do caso significa exatamente o tiro de misericórdia na fabricante inglesa, que sempre foi focada em futebol e tinha no time inglês o seu principal produto. Tanto em termos de expansão global da marca quanto em venda de artigos. Agora, sem o English Team, a pergunta provavelmente fica sem resposta; quem irá querer a Umbro sem o seu maior ativo?
O fim da parceria com a seleção inglesa marcará provavelmente a derrocada da Umbro no cenário esportivo, mais ou menos como aconteceu com a Le Coq Sportif no passado (o então famoso galo francês foi cedendo terreno para os concorrentes até definhar). Ela também é mais uma evidência de que o mercado de fabricantes de material esportivo está polarizado entre Nike e Adidas, com as outras empresas “roubando” ainda pequenas fatias que estão disponíveis.

O fracasso do acordo Nike-Umbro também mostra o quanto a empresa americana “sentiu” o golpe da compra da Reebok pela Adidas, lá em 2005. Na ocasião, a marca alemã viu na compra da concorrente a melhor forma de entrar nos Estados Unidos com peso suficiente para atrapalhar os negócios da sua maior rival. O tiro foi tão certeiro que a Nike tentou revidar comprando a Umbro, com o intuito de tomar a liderança da Adidas no futebol que durava mais de seis décadas. Durante alguns meses antes da Copa de 2010 isso foi possível, mas com o fenômeno Jabulani a marca das três listras rapidamente retomou a liderança no segmento.

Agora, a Umbro começa a entrar no seu ocaso. É possível, ainda, que alguma marca chinesa resolva comprar a fabricante para adquirir a capacidade de fazer uniformes sob medida, um dos principais diferenciais da empresa inglesa. Fica a certeza, porém, de que no mercado de futebol nunca mais teremos uma marca tão charmosa como ela.

Fonte: Erich Beting

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