(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters) |
Federações podem
reagir contra Teixeira em assembleia marcada para o próximo dia 29, no RioAs
federações rebeldes poderão dificultar as mudanças estatutárias que serão
propostas pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na Assembleia Geral
Extraordinária da entidade marcada para o dia 29, no Rio de Janeiro.
Os rebeldes tentaram marcar o encontro
por iniciativa própria, na mesma data. A intenção era debater o futuro da CBF
caso Teixeira se afastasse de seu cargo.
O dirigente, no entanto, abafou a
reunião ao convocar assembleia com uma pauta própria, o que irritou os
rebeldes, liderados pelas federações de Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Um dos pontos que serão debatidos pelas
federações é a reforma parcial do estatuto da CBF. As entidades ainda não sabem
quais modificações serão propostas. Porém, comenta-se nos bastidores que as alterações
devem estar ligadas à sucessão de Teixeira.
– Pode não haver nenhuma proposta de
mudança quanto a poderes, como também pode ter. Temos de sentar à mesa e ouvir
a proposta – disse o mandatário da Federação Goiana de Futebol (FGF), André
Pitta, fiel a Teixeira.
Os rebeldes ameaçam barrar a votação.
Oficialmente, afirmam que a proposta de mudança deveria ser entregue
antecipadamente para poder ser votada já na reunião do dia 29. Segundo apurou a
reportagem, as federações tomarão conhecimento das alterações apenas dois ou
três dias antes do encontro.
– Se for debater qualquer proposta
estatutária, não vai ser nessa reunião. Se tiver, vai ser numa outra,
especificamente para isso, dizendo o que vai ser reformado. Não pode ser assim,
tem de dizer primeiro o que vai ser reformado – contestou o presidente da
Federação Baiana de Futebol (FBF), Edinaldo Rodrigues.
Barrar a votação também seria uma
reação à convocação da assembleia. Porém, os rebeldes precisarão buscar novos
aliados para atrapalhar os planos de Teixeira.
Segundo o estatuto da CBF, a aprovação
das mudanças depende do voto favorável de dois terços dos presentes. Hoje, são
sete as federações rebeldes: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia,
Minas Gerais, Santa Catarina e Pará. Faltaria, então, o apoio de três outras
para barrar as alterações.
Na visão de rebeldes, há alguma manobra
por trás da mudança estatutária. Porém, não sabem ainda ao certo a intenção de
Teixeira.
Sucessão anunciada?
Sucessor natural em caso de renúncia de
Teixeira, o vice da CBF para a Região Sudeste, José Maria Marin, já teria dito
a presidentes de federações aliadas como agiria caso assumisse a entidade.
Segundo mandatários de entidades
estaduais, Marin teria dito que abriria espaço dentro de sua gestão para as
federações. O nome do vice mais idoso da CBF, com 79 anos, é contestado pelos
rebeldes.
– Não recebi nenhuma ligação. Acredito
que outras federações que estão junto conosco também não. Como somos contra (à
permanência de Marin), acho que não vai nos procurar – afirmou Edinaldo
Rodrigues, presidente da FBF.
O mandatário da FGF, André Pitta,
aliado de Teixeira, garantiu não ter sido procurado:
– A princípio, não é uma conversa
correta. Enquanto o Ricardo for presidente, ninguém deve falar dessa forma.
Ex-presidente da Federação Paulista de
Futebol (FPF), Marin esteve à frente da CBF durante cerca de 40 dias, entre
dezembro e janeiro deste ano, período em que Teixeira se licenciou devido a
problemas de saúde.
Blog do Perrone (UOL)
Tio de Ricardo Teixeira vê traição
de cartola paulista, telefona para tirar satisfação e apoia rebeldes
Demitido pelo sobrinho
Ricardo, Marco Antônio Teixeira passou a ser uma espécie de consultor jurídico
dos presidentes das federações rebeladas contra o chefão da CBF.
De acordo com cartolas das
entidades estaduais rebeladas, o ex-secretário-geral da confederação ficou ao
lado deles por se sentir traído. Acredita que sua demissão teve o dedo de Marco
Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista. Ele teria influenciado Ricardo
a despachar o tio pensando na possível saída do presidente. Sem Marco Antônio,
José Maria Marin, vice mais velho da CBF e aliado do dirigente paulista,
ficaria livre da sombra de Marco Antônio na entidade. De acordo
com cartolas de federações, Marco Polo poderia ocupar a vaga de
secretário-geral.
Irritado, na última
sexta-feira, o tio de Teixeira telefonou para o presidente da Federação
Paulista para tirar satisfações, segundo dirigentes do grupo rebelde. Bateu
boca e ouviu como resposta que Marco Polo não tem nada a ver com a sua saída. A
interlocutores, o cartola da FPF sustenta que não se envolveu na demissão.
A briga é uma das feridas
que a crise envolvendo Teixeira abriu no futebol brasileiro. E ela deve demorar
para fechar.
O blog não localizou Marco
Polo e Marco Antônio para falar sobre o assunto.
Fonte: LANCENET/UOL
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