Foto: Ricardo Stuckert / CBF |
Ok, Ricardo Teixeira poderá
em breve sair do comando do futebol brasileiro. Mas será que de fato teremos
uma mudança de mentalidade e de gerenciamento do esporte mais popular do país a
partir disso?
A simbologia da queda de
Teixeira, justamente naquele momento em que ele viveria o seu apogeu como
presidente eterno da CBF, nada mais é do que isso, um mero símbolo. E isso não
é um privilégio do Brasil ou do futebol em particular.
A forma como o esporte se
estruturou em todo o mundo, à exceção dos Estados Unidos, faz com que mudam-se
as figuras mas raramente alterna-se a maneira de gerenciar as principais
entidades e clubes esportivos no mundo todo.
É só lembrar a farra que é o
entra-e-não-sai das confederações esportivas no país e no mundo.
Na Federação Internacional
de Vôlei, após quase três décadas terá troca no poder. No COI, após a dinastia
Samaranch, já são dez anos com Jacques Rogge na presidência. Na Iaaf, do
atletismo, desde 1999 o senegalês Lamine Diack comanda a entidade. Da mesma
forma outros presidentes perpetuam-se no poder e pouco muda no gerenciamento do
esporte em cada uma dessas entidades.
O feudo em que se
transformou a CBF é difícil de, uma hora para a outra, ser reestruturado. Ainda
mais com a organização de uma Copa do Mundo a caminho como é agora. Como disse
o mestre Juca Kfouri em sua coluna na “Folha de São Paulo” outro dia, talvez
fosse a hora perfeita de os clubes assumirem os controles.
E realmente talvez seja isso
o que torna tão intrigante a forma como o esporte nos Estados Unidos é desenvolvido
de forma profissional. Não existe concepção de que haja uma entidade que esteja
acima dos atletas e dos clubes/universidades. Tudo é formatado colocando o
atleta como o grande fazedor do espetáculo. Mesmo os times contam e produzem
toda a história sobre os seus atletas (é só ver o que fez agora a NBA com o
chino-americano Jeremy Lin, sensação-relâmpago do New York Knicks).
Mas nem isso é possível.
Pelo menos não com os gestores que existem nos clubes de futebol do Brasil na
atualidade. A crise na CBF é boa para mostrar que as dinastias sempre acabam,
mais dia ou menos dia. Mas, do jeito que as coisas estão, nada, ou quase nada,
deve mudar.
É um triste relato da falta
de profissionalização do esporte. E não só no Brasil.
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