A
Nike informou ao mercado que colocou à venda a Umbro, além de estar procurando
comprador para a linha Cole Haan. A intenção, segundo a direção da empresa,
é focar nos produtos Nike, mantendo, ainda, as linhas paralelas Jordan,
Converse e Hurley.
A
Umbro foi adquirida em 2008 por cerca de 600 milhões de dólares, sem,
contudo, apresentar o retorno que se imaginava. A empresa tem presença forte no
futebol e acabava dividindo as atenções nesse mercado, muito provavelmente
contribuindo para uma queda nos índices de retorno, ao invés de alavancar os
ganhos da corporação. Ou seja, na prática maiis atrapalhava do que ajudava.
Não
por coincidência, esse comunicado de quinta-feira acontece poucas semanas
depois que o campeão da Premier League, o Manchester City, trocou a Umbro pela
Nike. O novo contrato terá início na temporada 2013/2014, prolongando-se até 30
de junho de 2019, num total de seis temporadas, com a Nike fornecendo todo o
material de jogo, treinos e linhas relacionadas diversas. A Umbro continuará
presente no uniforme doscitizens até 30 de junho de 2013.
Mark
Parker, presidente e CEO da Nike foi claro no comunicado: “Vemos tremendas
oportunidades para acelerar nossos ganhos em todo o mundo, entregando produtos
inovadores e inspirando os consumidores com a marca Nike.” A Nike é uma empresa
totalmente marketing oriented, ou seja voltada para o marketing, que é
quem dá as cartas, ao contrário de empresas product oriented. Uma empresa marketing
oriented é, basicamente, tanto na teoria como na prática, uma empresa
orientada para o consumidor, orientada para descobrir, conhecer e atender ao
desejo do consumidor, enquanto uma empresa às antigas, do tipo product
oriented, como já diz o nome é voltada para o seu produto, buscando para ele
melhorias e desenvolvimentos, esperando que o consumidor faça a opção de compra
a partir dessa visão. É bom que se diga, a bem da verdade e atualidade, que
empresas voltadas para o produto há muito vêm decaindo no mercado,
restando-lhes como tábua de salvação uma mudança na filosofia e na prática,
coisas mais fáceis de planejar e falar do que fazer.
Bom,
e daí? Isso aqui é um blog de futebol ou uma coluna com pretensões
marqueteiras?
Futebol,
futebol, pode ficar tranquilo, torcedor-leitor ou leitor-torcedor. Lembra do
post sobre a proposta Adidas ao Flamengo? Dez anos de contrato por 350 milhões
de reais? E todo o teretetê de fazer do Flamengo um de seus clubes A? Lembra,
também, da Vulcabrás trocando Reebok (marca da Adidas) por Olympikus (marca
própria) no Cruzeiro? E da recente investida da Nike no mercado do futebol de
Pindorama, a doce terra das palmeiras (sem sabiás, apesar do que disse o
poeta), trazendo para seu colo o Santos, Internacional, Coritiba e Bahia, para
fazer companhia ao Corinthians e à Seleção Brasileira?
Pois
bem, todos eles são movimentos de uma grande dança global, provavelmente uma
valsa, com movimentos suaves, mesmo que rápidos, com marcas ora buscando
posicionamentos nos mercados, ora buscando fortalecer-se nos mercados em que já
atuam. Para continuar dançando bem, com bons parceiros, sem os quais não se
pode dançar bem, a Adidas pretende tirar o Flamengo e, com certeza, como disse
no post citado acima, não se restringirá ao clube da Gávea e terá de buscar
mais parceiros, novos parceiros, agitando um bocado o salão.
A
globalização no mundo da bola vai muito além das simples idas & vindas de
atletas e sinais de transmissão.
Fonte:
Por Emerson Gonçalves | Olhar Crônico Esportivo
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