Paulo
Gregoraci foi, aos cinco anos, mascote do Palmeiras, incentivado pelo pai,
diretor e conselheiro do clube por muitos anos, e pelo avô, que ajudou a
construir o estádio Palestra Itália. Cinco décadas depois, aos 58 anos, o
publicitário é um dos nomes escolhidos pelo novo presidente, Paulo Nobre, para
reerguer um time que está na segunda divisão pela segunda vez.
No
ano passado, Gregoraci completou 40 anos de publicidade. Começou como auxiliar
de mídia na Mauro Salles e passou por Y&R, Ogilvy, Leo Burnett, Talent,
Fallon e presidiu a W/Brasil, do corintiano Washington Olivetto, do qual é
sócio atualmente na WMcCann. Neste ano, assumiu a diretoria de marketing do
Palmeiras – um cargo estatutário, não remunerado.
A
primeira atitude do novo diretor de marketing palmeirense foi contratar Marcelo
Giannubilo, executivo que passou pela Unimed e pelo Fluminense na década de
2000, para a vaga de CMO do Palmeiras. Chief Marketing Officer. Um nome novo
para um clube que tenta se profissionalizar e superar o descrédito causado pelo
rebaixamento à Série B em 2012.
O
planejamento montado por Gregoraci e Giannubilo é composto por três
prioridades.
1. Patrocínios
Para um clube que assumidamente não tem dinheiro, a primeira preocupação do novo marketing é conseguir verba. A meta de Gregoraci é elevar a receita com patrocínios e publicidade entre 20% e 30% em relação à que o time obteve no ano passado e chegar a R$ 40 milhões.
O
publicitário e sua equipe estão no mercado há cerca de dois meses em busca de
novos parceiros. “É óbvio que, no montante que queremos, não é um negócio que
se consegue com só uma apresentação, mas estamos tateando o mercado e ele está
receptivo”, conta o diretor de marketing.
A
participação na Série B, para ele, não será um problema. Com um estudo da
Informídia em mãos, uma agência de pesquisas que mede a exposição de
atletas, clubes e esportes na mídia, o publicitário tem dito às empresas que,
na segunda divisão, a visibilidade será até maior do que no ano passado.
A
lógica é que, como o Palmeiras será o clube de mais renome na divisão, ele terá
toda a atenção da imprensa durante o possível retorno à elite.
2. Sócio-torcedor
O programa de sócios-torcedores é a segunda prioridade de Gregoraci. Atualmente, há 13 mil associados com mensalidades em dia, e a meta é elevar este número para 40 mil até o fim deste ano.
“Não
será fácil, mas queremos fazer um programa que seja eficiente, que ofereça
vantagens não só na compra antecipada e desconto no ingresso, mas outros
benefícios”, explica o dirigente.
“Não
adianta termos um sócio-torcedor que ganha 2 mil ou 3 mil sócios a cada mês e
perde 1 mil. Temos que ganhar aqui e fechar o ralo ali, porque não dá para
ganhar e perder, ganhar e perder”.
Neste
aspecto, a iniciativa da Ambev, que montou um grupo de empresas para dar
descontos em produtos no supermercado aos principais clubes do Brasil, vem em
boa hora.
3. Branding
Muitos sabem que o Palmeiras é um grande clube e tem uma marca forte. Mas basta falar em Palmeiras para que as pessoas o associem a desordem e má gestão.
Gregoraci
quer mudar esta história.
“A
marca Palmeiras é muito forte, tem 15 milhões de torcedores fiéis, mas que
estão distantes. É um trabalho de longo prazo, mas que teremos de fazer para
fidelizar o nosso consumidor”, afirma.
Nesse
ponto, o primeiro passo é organizar a casa. Contratar Giannubilo e um novo
supervisor para o marketing, definir quais são as funções de cada um dos
funcionários que já pertenciam ao departamento e estruturar a área foram as
primeiras medidas.
“Não
adianta querer revigorar uma marca se não houver uma organização interna. A
partir do momento em que estivermos organizados, com uma estratégia definida,
um plano de marketing definido dentro de um planejamento como um todo, ficará
muito mais fácil revigorar a marca”, diz.
A
partir daí, conseguir um ídolo para a torcida é uma das estratégias.
Época
negócios | POR RODRIGO CAPELO
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