Já passou o Carnaval, e
Corinthians, Flamengo e São Paulo seguem a busca por um patrocinador principal
para os seus uniformes. O Timão ainda tem até o final do mês para continuar com
a Hypermarcas como parceira, mas depois disso ainda não há certeza de que o
futuro será tão belo quanto é há pelo menos três anos.
A dificuldade que o trio
encontra é uma boa mostra de que, à força, o mercado de patrocínio no esporte
brasileiro começa a se autorregular. Mais ou menos como aconteceu nos últimos
anos com os fornecedores de material esportivo, o posicionamento das marcas
fica aos poucos mais nítido e, mais importante, muito mais criterioso e
pré-selecionado.
Esse talvez já seja o
primeiro grande reflexo da realização dos grandes eventos no país. A margem de
erro de um patrocinador ficou menor, especialmente por conta da valorização das
propriedades dentro do esporte. É só pensar que, há cinco anos, o maior
patrocínio de camisa do futebol brasileiro beirava os R$ 15 milhões.
O novo cenário, porém, não
representa uma abundância no mercado esportivo. Pelo contrário. Hoje é muito
mais difícil conseguir emplacar um projeto de patrocínio. E isso é muito bom!
As empresas já não “aceitam”
mais qualquer tipo de proposta. Se aumentou o número de “sim” que escutamos a
projetos ligados ao esporte, proporcionalmente cresceu o grau de qualificação
das empresas na hora de analisar essas ideias.
Não é mais só a exposição
que conta (aleluia!!!!), da mesma forma que os objetivos começam a vir a frente
da oportunidade. Ou seja, as empresas começam a pensar antes de agir. Um
reflexo claro disso é a dificuldade de os três times de maior torcida do país
conseguirem um patrocinador para a camisa. Claro que o alto valor de mercado
também influencia, mas agora os clubes também precisam saber vender melhor o
seu produto. O comprador é mais exigente.
Sinal dos tempos. E de que
ainda vai mudar bastante a cara do mercado de patrocínio no Brasil. O futebol
continuará a ser espaço para poucas e grandes empresas, mas essa é a chance de
as demais modalidades, com projetos consistentes, seduzirem aquelas marcas que
não conseguirão ganhar o topo. O próprio mercado se autorregula.
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