Em um acordo que ainda
carece ser referendado pelo Conselho do Flamengo, a Caixa Econômica Federal
(CEF) patrocinará o clube por 25 milhões de reais anuais. Pelo acordo, entre
outras ações de marketing possíveis, o banco estatal estampará sua marca no peito
das camisas do time – o acordo não envolve as modalidades olímpicas.
Há quem aponte como injusto
o fato do valor pago pela Caixa ser inferior ao pago pelo mesmo banco ao
Corinthians. O fato é que mesmo ainda sem ter detalhes do contrato que
está para ser fechado, não há dúvidas de que é excelente para as duas partes.
Os torcedores do Flamengo
estão inquietos com essa comparação ao patrocínio feito ao Corinthians. Mas não
deveriam. A Caixa pagará R$ 25 milhões/ano para ter como exposição apenas o
peito da camisa, enquanto as costas permanecem preenchidas pela Peugeot, em um
valor muito próximo a R$ 10 milhões/ano. No Corinthians, a estatal estampa
peito e costas (ao menos até agora), o que permite maior número de exposições.
Logo, a comparação feita pelos torcedores deve ser a seguinte: O Flamengo ganha
mais nos dois espaços mais nobres da camisa, mas precisa de dois
patrocinadores. O Corinthians ganha 10% menos, mas estampa uma única marca,
limpando o uniforme e facilitando a relação com os torcedores.
Considerando o momento de
visibilidade do Flamengo (que não disputa a Copa Bridgestone Libertadores) e o
do Corinthians (que disputa a competição e é o atual campeão do mundo), o
patrocínio é excelente para o clube carioca.
Da mesma forma, o acordo é
de extrema relevância para a Caixa. Considerando os valores praticados pelo
mercado esportivo, por uma quantia interessante consegue alcançar o clube com
maior número de torcedores espalhados no Brasil. O patrocínio feito ao Flamengo
está longe de ser restrito ao Rio de Janeiro. Os torcedores do clube estão
verdadeiramente espalhados pelo Brasil e as marcas patrocinadoras, com a Caixa,
usufruem dessa mesma capilaridade.
Assim, com cerca de R$ 55
milhões/ano, a Caixa estará nos dois clubes de maiores torcidas do país. Isso
sem contar outros clubes patrocinados pela estatal, como Atlético-PR, Avaí e
Figueirense, e o acordo em estágio bastante evoluído com o Santos. Considerando
o target do banco, a estratégia faz muito sentido.
Flamengo e Caixa acertam em
cheio. Esse também é um exemplo do amadurecimento do patrocínio esportivo no Brasil.
Fonte: Vinicius Lordello
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