Potencial de Consumo das
Torcidas Brasileiras – Parte II –Distribuição Geográfica das Principais
Torcidas
Dando sequência ao post
anterior, vamos ver como se distribuem pelo Brasil as grandes torcidas do
futebol. Na tabela a seguir, veremos o tamanho de cada torcida dentro de seu
próprio estado em relação ao seu tamanho total.
A princípio, o primeiro e
maior mercado de cada clube é o seu próprio estado, pensando tanto no potencial
de venda de produtos ligados ao esporte, como no potencial mercadológico para
um patrocinador. Alguns clubes, entretanto, apresentam dimensão nacional e
podem valer-se disso com ótimos resultados.
Considerando os clubes em
seus próprios estados, encontramos o Corinthians na frente, seguido por São
Paulo, Flamengo e Cruzeiro, este um pouco à frente do Cruzeiro. A liderança
paulista é de fácil compreensão, pois o estado de São Paulo tem cerca de 41
milhões de habitantes, representando 21% da população brasileira. Para se ter
uma boa dimensão do significado desse número, a torcida do Corinthians no
estado é praticamente do mesmo tamanho que toda a população do estado do Rio de
Janeiro.
A situação muda de figura
quando consideramos os totais fora do estado de origem. Nesse caso, a liderança
do Flamengo é absoluta, seguido à distância por Corinthians (com a metade,
aproximadamente, do número de rubronegros), São Paulo e Palmeiras.
Dez clubes tem mais de 20%
fora de seus estados de origem: os quatro grandes de São Paulo e Rio de Janeiro
e os dois grandes gaúchos. Para a Pluri Consultoria esses números já evidenciam
uma presença nacional, mas eu, pessoalmente, acredito que Grêmio e Internacional
ainda não têm essa dimensão pelo fato de seus torcedores fora do Rio Grande
estarem concentrados em poucos bolsões. Mas é o caminho a ser trilhado, sem
dúvida.
Dois clubes, Flamengo e
Vasco da Gama, se destacam pela participação dos torcedores de outros estados,
com 74% e 71%, respectivamente. Esses dois e mais o Palmeiras, são os três
clubes com mais da metade de seus torcedores vivendo em outras unidades da
federação.
Embora o Rio de Janeiro
tenha uma população grande, com 16 milhões de habitantes, o fato de ter quatro
grandes clubes dilui bastante o peso local, ao contrário dos grandes gaúchos e
mineiros, que têm torcidas de peso em seus próprios estados graças à divisão
por apenas dois clubes, basicamente.
As torcidas nos 10 estados
mais ricos
Essa é uma consideração
importante para os dias de hoje, considerando, principalmente, os patrocínios
de camisa: a distribuição das torcidas dos grandes clubes pelos 10 estados mais
ricos do Brasil.
São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Distrito Federal, Santa
Catarina, Goiás e Pernambuco concentram nada menos que 83% do PIB brasileiro.
Essa realidade ajuda a
entender o porquê das receitas de mercado do Corinthians e do próprio São
Paulo. E torna ainda mais incompreensível os percalços que o Flamengo enfrenta
com certa regularidade para obter bons patrocínios. Nada menos que 80% da torcida
corintiana está concentrada nesses dez estados, contra 75% da torcida
são-paulina e 56% da torcida rubronegra.
Num ranking exclusivo dessas
dez unidades da federação, algumas torcidas sobem: Corinthians, Grêmio,
Cruzeiro, Internacional, Bahia e Sport. Algumas caem: Flamengo, Vasco,
Botafogo, Ceará e Fortaleza. Entre os maiores, São Paulo e Palmeiras mantêm as
mesmas posições.
Como vimos na tabela acima,
o Rio Grande do Sul lidera com boa margem na preferência dos torcedores por
times do próprio estado. Nada menos que 97,2% dos gaúchos que gostam de futebol
torcem por um time do próprio estado.
A média nacional para esse
ponto é de 55,6% dos torcedores preferindo os times do estado, contra 44,4% que
preferem times de outros estados. Logo depois dos gaúchos vêm os cariocas, com
96%, e os paulistas, com 94,8% de preferência por clubes do estado. Os outros
dois estados cujas torcidas preferem os times locais são Minas Gerais, com
63,4%, e Pernambuco, com 60,4% dos torcedores dando preferência às equipes
locais.
O estado do Paraná apresenta
outro destaque nesse ponto: de cada 3 torcedores paranaenses, 1 torce por times
do estado e 2 por times de outros estados.
Esses dados, na avaliação da
Pluri e também na minha, são uma comprovação da concentração de torcidas no
Brasil. É um processo em andamento, sem dúvida, mas que é acompanhado, também,
pelo crescimento de algumas equipes locais. Por enquanto é uma tendência, ainda
não dá para bater o martelo e decretar como uma realidade pronta e acabada.
Com esses dados
apresentados, fica pronto o caminho para o próximo passo, que será a
apresentação dos clubes de acordo com o potencial de consumo de cada torcida.
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