sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A PRODUÇÃO (E AS DIFICULDADES) DA LATA DO SEU TIME DE FUTEBOL


ENTENDA COMO A CRIAÇÃO DE EMBALAGENS PERSONALIZADAS PARA CADA CLUBE TORNA A OPERAÇÃO DA AMBEV MAIS COMPLEXA E ONEROSA EM TODO O BRASIL

Nesta semana, a Brahma colocou no mercado paulista as latas personalizadas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Ponte Preta e Portuguesa, clubes que passou a patrocinar em maio, quando os tirou da Kaiser. E o torcedor que as consome pode não ter a noção exata de quão custoso e complexo é para a Ambev produzir essas latas.

Quando a cervejaria se dispõe a ter produtos personalizados para cada clube que patrocina, ela tem de obedecer a novos padrões. Se um são-paulino tentar encontrar a lata de seu time no supermercado ou em um bar e não a encontrar, por exemplo, o efeito da ação acabaria sendo prejudicial à marca: ele sairia do recinto irritado com a Ambev.

É por situações assim que a companhia tem de montar um esquema de distribuição que abasteça o mercado por igual com as latas dos seis times. Obviamente, há diferenças de tamanho de torcida de um clube para outro, algo que interfere na demanda por cada uma das latinhas. Naturalmente, também há regiões em que certas latas são mais vendidas do que outras. Qualquer que seja o cenário, o escoamento não pode falhar.

Para que a distribuição não seja prejudicada, a produção também deve estar alinhada, e aí surgem mais dificuldades. Nas fábricas, para que sejam produzidas diferentes latas de Brahma, a máquina que está configurada para fazer as embalagens comuns precisa ser interrompida e preparada para produzir as latas personalizadas dos times.

"Toda lata de clube que lançamos no mercado é uma nova embalagem para a gente, então trabalhamos com cada lata como se fosse um produto novo. Muda o nosso processo industrial. É óbvio que, quanto mais produtos, mais complexa é a produção e a distribuição, mas com o passar dos anos nós temos evoluído esse processo, e a nossa capacidade fabril nos permite fazer essas ações", explica Rafael Pulcinelli, gerente de marketing corporativo da Ambev e responsável pelo futebol.

O executivo não revela a quantidade de latas produzidas, tampouco quantas são feitas para cada clube. Mas conta que, com base no tamanho de cada torcida e na demanda comum do mercado, faz cálculos para que o montante necessário para abastecer o mercado seja produzido de uma vez. Assim, as máquinas só precisam ser interrompidas caso algum estoque tenha sido esgotado, um modo de não encarecer a produção.

Dada a complexidade para produzir e distribuir as latinhas dos clubes, a Ambev decidiu fazer apenas edições limitadas. Durante um mês ou um pouco mais esses produtos são colocados no mercado, uma estratégia que também faz com que as latas tenham maior giro, pois os consumidores se antecipam e as compram pois não sabem até quando elas estarão disponíveis. "Nesse processo de in e out, como chamamos, conseguimos renovar as embalagens e atrair colecionadores", diz Pulcinelli.

Caminhão da Ambev transporta Cerveja Brahma (Foto: Divulgação)Para "piorar", todo esse processo é realizado no país inteiro, pois a Brahma é patrocinadora de 35 clubes. O Rio de Janeiro foi o primeiro mercado a ser trabalhado, com as latas de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. Os times baianos, seguidos pelos gaúchos, foram os seguintes, e agora é a vez de São Paulo. As próximas regiões nas quais serão lançadas latinhas são Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Tudo para aproximar a empresa dos torcedores de cada time, os consumidores.

Fonte:  POR RODRIGO CAPELO – ÉPOCA NEGÓCIOS 

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