terça-feira, 30 de abril de 2013

Gestão de crises no esporte: Parte 2 [OPINIÃO]


No texto anterior, falamos sobre a importância da gestão de crises aplicada ao esporte. Neste, como prometido, traremos caminhos para colocá-la em prática, além de exemplos bem sucedidos de crises geridas.

Diante de uma crise, é natural a busca por informações, que se tornam muito valiosas. Quem está dentro da crise tem a obrigação de reunir rapidamente todo o conhecimento possível do caso e, então, passa a ter duas opções: a primeira é falar e, justamente por isso, receber a oportunidade de apresentar seu ponto de vista do problema. A segunda é manter o silêncio e assim tentar minimizar o fato, permitindo contudo que outras fontes, que eventualmente prefiram o show de horrores instalado, sejam a tal fonte de informações. Falar não significa estar disponível o tempo todo, explicitando com detalhes a origem do problema que se vive. Falar significa explicar o que acontece, sem se omitir, mas também sem a necessidade de se expor desnecessariamente.

Esse termômetro do quê e como falar passa pela competência de quem faz essa comunicação – seja feita por uma equipe de comunicação, seja por um porta-voz. Para que faça sentido, é fundamental que quem a faça tenha conhecimento do problema, seja claro na exposição e tenha credibilidade para ser uma fonte de informações respeitável. Esses três pontos são importantes e, embora separados até causem impacto, juntos são a fórmula de uma comunicação eficaz e qualificada, que faz a diferença durante uma gestão de crise.

O preparo para essa comunicação no mundo esportivo passa pela apuração de que nenhuma contradição será dita. Se contradizer é o primeiro passo para ampliar a crise, e não contorná-la. E que fique claro que pedir desculpas é nada tem a ver com se contradizer. Ao contrário disso, assumir o erro transparentemente é um caminho valorizado, desde que acompanhado de um segundo movimento, que é o de correção de rota.

Buscamos dois exemplos positivos, um de 2011 e outro desta semana, para entendermos este raciocínio. O primeiro: Em uma tarde de julho de 2011, a Confederação de Desportos Aquáticos informou que um exame antidoping flagrou um diurético nos organismos de César Cielo e outros três nadadores durante o Torneio Maria Lenk. Na noite do mesmo dia, antes que a informação se espalhasse sem maiores esclarecimentos e que todo tipo de possibilidade fosse levantada por críticos e imprensa, a equipe do nadador convocou os jornalistas para um encontro com Cielo, que faria um pronunciamento. Ainda que sem permitir perguntas por parte dos jornalistas – e nesse ponto caberia deixá-los perguntar, tendo melhor preparado o atleta anteriormente – Cielo garantiu que já aprendia coisas importantes com aquele momento e que a verdade apareceria. Além disso, claro, agradeceu a manifestação de apoio. O mais importante durante essa comunicação foi o trabalho de imagem desenvolvido. Cielo, acostumado a aparecer publicamente em trajes de natação, estava de terno e gravata, demonstrando a seriedade daquele momento para sua carreira. Além disso, não houve exposição de quaisquer de seus patrocinadores durante o momento de crise. Resumindo, o alvo do problema foi fonte de informações, abastecendo a imprensa, demonstrou ter clara noção do quão delicado era o momento e ainda poupou seus patrocinadores de uma exposição altamente negativa. Crise muito bem gerida dentro daquele pequeno intervalo de horas.

O segundo exemplo, bem mais recente, vem do Rio de Janeiro. Nos últimos dias, um jogador de futebol do Vasco da Gama sofreu agressões físicas em função de um desentendimento que envolvia uma mulher comprometida com um traficante de drogas. Em função disso, o atleta teria sido espancado pelos comparsas do traficante. Ainda que não houvesse exatidão nas informações sobre o ocorrido e que a situação fosse estritamente ligada à vida pessoal do jogador, o clube se manifestou. Explicou “tratar-se de assunto alheio a questão desportiva”, deixando claro que não seria o próprio clube a alcançar a exatidão das informações (porque não era sua função), mas que apoiaria o atleta no que fosse possível, essa sim sua função (“…oferece todo o suporte ao jogador, prestando assessoria jurídica e apoio psicológico”). Na nota enviada a imprensa, o clube ainda esclarecia que não mais haveria qualquer “declaração pública sobre o ocorrido, a fim de preservar o bom andamento das investigações” Ou seja, sem falar muito, o Vasco mostrou estar atento ao bem estar de seu atleta, se posicionou junto à imprensa e torcedores, mas deixou claro que era um caso além da esfera esportiva. Perfeito.

Os dois exemplos mostram que a época do “nada a declarar” ficou (ou deveria ter ficado) em um passado muito distante. O presente e o futuro exigem que o esporte saiba se comunicar. Mais do que isso, que saiba gerir, e não gerar, crises. Atletas e clubes vivem da admiração de seus fãs e o descuido em um momento de crises diminui a capacidade de encantamento que o esporte tem. O discurso de que uma crise no esporte é mais facilmente administrável porque após uma vitória tudo se esquece, beira o ridículo. Porque ganhar, perder ou empatar faz parte do jogo, de quem compete. Mas a confiança abalada na imagem de um atleta ou de um clube pode significar algo pior. Só é capaz de perceber isso quem entende que ganhar, perder ou empatar é, justamente, apenas uma parte do jogo. Com esse raciocínio claro, a crise, mesmo antes de acontecer, já começa a ser bem gerida. E quem ganha, em um sentido muito mais amplo, é o esporte.

Fonte: Vinicius Lordello – Esporte Executivo | Época

Gestão de crises no esporte: exagero ou realidade? [OPINIÃO]


Há quem diga que o trabalho de gestão de crises está muito longe de ser necessário ao ambiente de profissionalização do esporte. O argumento é de que não há risco financeiro envolvido no mundo esportivo ou que, se há, é insuficiente para que seja instaurado um processo estruturado de gestão de crises em quaisquer modalidades esportivas, seja para atletas, seja para clubes.

O blog poderia elencar aqui dezenas de fatos ocorridos apenas no Brasil que eram nitidamente casos de crises. Mas poucos serão mencionados, apenas para que se refresque a memória e se lembre de situações ligadas ao esporte que, de forma clara, poderiam ter atrapalhado a história de um clube ou a trajetória de atletas: Queda de um pedaço de estrutura do novo estádio do Palmeiras, atletas de mais de um clube de futebol envolvidos em possível contrabando de carros, doping de atletas de diversas modalidades (Jobson e Carlos Alberto, jogadores de Botafogo e Vasco respectivamente, Cesar Cielo da natação, Maurren Maggi do atletismo, entre outros…), a tragédia na Bolívia envolvendo os torcedores do Corinthians, casos de racismo em campeonatos estaduais, a saída ríspida de Ricardinho da seleção brasileira de vôlei masculino. Poucos exemplos e o leitor certamente deve ter se lembrado de outros tantos não citados acima.

O mundo atualmente é fundamentado na comunicação. O que antes era restrito, hoje é exposto quase que instantaneamente a toda sociedade e a quem a compõe que, por sua vez, carece de sabedoria para administrar seus problemas e, consequentemente, sua reputação. 

No mundo ideal, a crise não acontece. Mas estamos longe de viver o mundo ideal. Se as crises aparecem em empresas multinacionais, com modelos de governança e controles de risco altamente desenvolvidos, como não apareceriam no esporte brasileiro atual, ainda pouco profissionalizado?

A competência na gestão diminui o risco de crises, mas não o elimina. A incompetência na gestão não significa que haverá crise, mas a propicia. O fato de termos uma comunicação esportiva ainda incipiente faz com que situações aparentemente inofensivas se transformem em incubadoras de crises. Que o diga a inabilidade de Wagner Ribeiro, empresário do jogador Neymar, do Santos, que declarou pelo Twitter em 2012, quando Cesar Cielo ganhou o prêmio Jovens Lideranças disputado justamente com o craque santista: “Infelizmente ganhou o doping. Neymar é uma jovem Liderança Mundial. Mas perdeu o prêmio para Cielo”, remetendo ao caso de doping vivido meses antes pelo nadador. Situação sob controle em um instante, transformada em outra fora de controle justamente por quem deveria viabilizar a melhor carreira para Neymar. A comunicação eficaz é parte da gestão qualificada e precisa ser constante, mesmo quando ainda não há crise, justamente para não gerá-la.

A habilidade em gerir uma crise pressupõe, inclusive, ser fonte de informações pra quem a busca. Antes ser o clube ou o atleta a fonte da informação, a tentar limitar a imprensa, e se transformar no alvo das informações que vem de outra fonte.

Há ainda um aspecto fundamental para o esporte que não é encontrado em outros mercados: a paixão. Um investidor tradicional analisa balanços e metas de uma empresa para decidir se nela investe ou não. É uma analise técnica e minimalista, que não ignora detalhe algum. Um torcedor de um clube, por exemplo, não analisa o desempenho da equipe no último ano como parte de sua decisão sobre para quem torcerá na temporada seguinte. Pelo contrário, chega a ter o elo com o clube ampliado quando resultados ruins aparecem. Além disso, ignora o quanto é negligenciado em questões elementares - ou o que explica estádios sem a menor condição de conforto e higiene continuarem recebendo milhares de pessoas semanalmente, se não a paixão? Ainda assim, continua comprando ingressos e uniformes (para citar o básico) e se mantém como importante fonte de renda para o clube.

O fato é que o esporte não está alheio a crises que ultrapassam questões técnicas. E quando elas acontecem, a comunicação dos clubes ou dos atletas não pode continuar contando com esse encantamento dos torcedores. Porque a paixão perdoa a ausência de capacidade técnica e pode até minimizar o desconforto, mas não ignora o descaso, a ignorância, a violência ou, em casos mais extremos, a morte. O encantamento e a paixão iludem tecnicamente, mas não dá aos clubes ou atletas a faculdade de errarem sem arcar com as consequências ou, minimamente, se desculparem. E pedir desculpas, quando necessárias, pode ser um dos caminhos… Mas tem muitos outros.

Se esse post falou sobre a necessidade da gestão de crises no esporte, o próximo trará hipóteses de como colocá-la em prática, além de outros caminhos além do pedido de desculpas. E claro, traremos exemplos bem sucedidos de crises geridas. Até!

Fonte: Vinicius Lordello – Esporte Executivo | Época

Arena Palmeiras, Allianz e a pergunta de R$ 300 milhões


Obras da Arena Palestra Itália, o novo estádio do Palmeiras, em São Paulo

Nomes propostos pela seguradora alemã para o novo estádio não agradam a torcida, que já faz campanha pela inclusão do termo Palestra. Vale a pena comprar essa briga?

Consolidado como um negócio atraente e rentável em todo o planeta, o futebol movimenta cifras cada vez mais astronômicas em direitos de transmissão, patrocínios e outras ações de marketing. Mas, apesar de muitos se esquecerem disso, ainda é um esporte – e, como tal, é preciso lidar com a paixão dos torcedores. Que o diga a Allianz, seguradora alemã que comprou, por 300 milhões de reais, os naming rights da nova arena do Palmeiras pelos próximos vinte anos. Numa iniciativa simpática, a empresa divulgou, na segunda-feira, que o nome do estádio seria escolhido pelo público, em uma votação aberta pela internet, e apresentou três opções: Allianz 360º, Allianz Center e Allianz Parque. O problema é que a seguradora alemã deixou no banco de reservas o nome preferido da torcida: Allianz Palestra. E as cornetas não demoraram a soar.

Pouco tempo depois do anúncio, os palmeirenses, aos milhares – foram 5.000 comentários em pouco mais de dez horas – dirigiram-se à página da Allianz no Facebook para se manifestar a favor do nome que faz referência ao antigo nome do estádio, Palestra Itália. Uma petição on-line redigida por um torcedor angariou, no mesmo intervalo de tempo, cerca de 2.500 assinaturas pedindo a inclusão da nova alternativa. Diversos sites e blogs especializados na cobertura do Palmeiras também repercutiram a notícia e fizeram um apelo pela mudança à seguradora alemã - que, ao menos por enquanto, não quer mexer na estratégia.

Em comunicado enviado à reportagem do site de VEJA na noite de segunda, a Allianz explicou suas opções. “Quando a companhia contratou a Interbrand para fazer um estudo de possíveis nomes para o estádio, fez questão que ao menos um deles remetesse à história de um dos times mais tradicionais do Brasil, que é o Palmeiras. Allianz Parque se refere ao antigo Parque Antártica e a toda trajetória de sucesso do clube. Os outros dois nomes postos em votação – Allianz Center e Allianz 360º – foram selecionados por se relacionar à funcionalidade da Nova Arena, que é um espaço concebido para ser multiuso”, diz o texto. “Além disso, nenhuma das arenas que levam a marca Allianz carrega os nomes do time da casa. O exemplo mais claro é o Allianz Arena, que sedia jogos do Bayern de Munique e o TSV 1860. Isso porque o patrocínio é dado ao esporte. Mas torcedor apaixonado a gente entende.”

Gol contra – Mais do que um simples capricho de apaixonados, porém, a questão é delicada para a Allianz por envolver a efetiva adoção do novo nome do estádio pelo público – e o consequente retorno do investimento em mídia e divulgação. Especialistas ouvidos pelo site de VEJA já identificaram a dificuldade de o torcedor brasileiro se acostumar aos nomes corporativos, especialmente em caso de praças esportivas tradicionais – daí a dificuldade de se fechar, por aqui, acordos de naming rights. A primeira tentativa do gênero no país foi um verdadeiro gol contra: entre 2005 e 2008, o estádio do Atlético Paranaense, oficialmente, chamava-se Arena Kyocera, mas nove entre dez torcedores se referiam a ele como Arena da Baixada, ignorando solenemente a marca japonesa. Há algumas semanas, a Cervejaria Petrópolis comprou os naming rights da Fonte Nova, em Salvador, reconstruída para a Copa do Mundo; para evitar problemas semelhantes, apostou no feijão-com-arroz e apenas acrescentou o nome de um de seus produtos ao estádio, rebatizado Itaipava Arena Fonte Nova. 

Dono do site Verdazzo, um dos mais acessados pelos torcedores do Palmeiras, com um milhão de pageviews mensais, o administrador de empresas Conrado Cacace acredita que a torcida não se lembrará do nome da Allianz em nenhuma das opções apresentadas. “Se o nome vitorioso for Allianz Parque, talvez aumente a incidência de torcedores que se refiram ao estádio como ‘Parque’, como era chamado por parte da torcida na década de 1980. Mas, para qualquer um dos casos, a maioria continuará chamando o estádio de ‘Palestra’, simplesmente”, afirma, acrescentando que o nome Allianz Palestra, ao contrário, teria grandes chances de “pegar” – e não entraria em conflito com as diretrizes da empresa, uma vez que a agremiação trocou o nome de Palestra para Palmeiras no longínquo 1942. “Se essa alternativa fosse incluída, a Allianz estaria mostrando um carinho pelo clube, uma sensibilidade de usar o nome que atende os anseios da torcida e anexar sua marca a ele. E tenho certeza que os torcedores certamente a recompensariam, fazendo questão de se referir à nova casa como Allianz Palestra.”

Na entrevista coletiva de apresentação da eleição, que envolveu representantes da Allianz, do Palmeiras, da WTorre (construtora da nova arena) e da AEG (que fará a gestão do empreendimento), executivos esclareceram que a opção Allianz Palestra foi descartada pelo temor de que o nome Palestra obscurecesse a marca da seguradora. Como se vê, faltou combinar com a torcida – que tende justamente a ignorar o nome do patrocinador se este não estiver associado à denominação de sua preferência. Com a partida já em andamento – a votação se encerra em 20 de maio –, a Allianz tem agora duas opções: ou usa sua prerrogativa de dona da bola e acrescenta mais uma opção à lista de votação, no que no que se chamaria na linguagem do futebol de “jogar para a galera”, ou ignora o coro da arquibancada e corre o risco de ver sua marca colocada para escanteio. Considerando que ninguém investe tanto apenas para deixar seu nome pintado no letreiro de um estádio, o que fazer a seguir é a pergunta de 300 milhões de reais.

A Globo bateu o martelo em relação à sua política de naming rights. As marcas poderão até ser citadas na programação, mas a restrição será imensa e terá que ser paga uma verba para a emissora. A Allianz e a Itaipava, que compraram o direito de batizar as arenas Palestra e da Fonte Nova respectivamente, só apareceriam em inserções antes dos jogos. Não há possibilidade de um locutor falar o nome das marcas durante as transmissões.

Fonte: Negócios do esporte - Veja

Quanto o Flamengo perde com lojas “piratas”


Faz muitos anos que o Flamengo deixa de ganhar uma verba considerável por não ganhar um centavo de lojas que se dizem oficiais. Nação Rubro-Negra, Flaboutique, 100% Rubro-Negro, Ninho da Nação, Flanático… São dezenas de comércios em todo o Brasil que lucram com a venda de produtos licenciados, inclusive uniformes, mas não pagam royalties ou taxas ao clube.

Um dos modos mais razoáveis para contar quanto o Flamengo perde todos os anos, em dinheiro, por não ter uma rede de lojas, é a comparação com o Corinthians. “O Corinthians é um parâmetro, mas o Flamengo tem de ser maior. Eles estão mais avançados, mas o Flamengo é muito mais bem distribuído no país e tem um potencial maior”, afirma Fred Luz, diretor de marketing flamenguista.

O Corinthians recebe, por ano, cerca de R$ 7 milhões, segundo apurou o NEGÓCIOS FC. A verba corresponde aos royalties pagos pelos mais de 100 lojistas da rede de franquias operada pela SPR.

Agora, o Flamengo dá o primeiro passo para lucrar com as lojas. Fred, por muitos anos executivo de varejistas como Lojas Americanas, Casas Sendas e Mesbla, montou um contrato para tentar regularizar todas as lojas que, por enquanto, dizem ser oficiais sem pagar nada ao clube.

“O mercado do Flamengo é violentamente poluído por produtos piratas”, diz Fred.

A ideia é que os lojistas assinem este contrato, paguem uma quantia inicial e passem a repassar um valor fixo mensal para os cofres do clube. Em troca, eles ganham privilégios no fornecimento de produtos licenciados, uma certa proteção, e passam a poder dizer que são lojas genuinamente oficiais. O Espaço Rubro-Negro foi a primeira loja a aderir a este novo modelo. “Aqueles que não desejarem ser parceiros vão ficar, de uma forma muito clara, caracterizados como piratas”, explica.

Nada impede que, daqui a algum tempo, o Flamengo se aproxime do modelo usado por outros times de futebol – em geral, os clubes cedem a operação da rede de franquias para uma empresa, como Meltex e SPR, as duas que atendem as principais equipes brasileiras, e recebem royalties e taxas pela cessão da marca. “No futuro, teremos uma marca, um modelo de loja padrão, mas vamos dar este primeiro passo e um tempo para que as lojas façam a migração”, completa o diretor.
E a Adidas?

Apesar dos esforços do Flamengo para regularizar todas as lojas “piratas”, quem tem poder de decisão sobre este assunto é a Adidas, a fornecedora que assume o lugar da Olympikus em maio.

A fabricante alemã é, por contrato, dona de todos os direitos de confecção de produtos do  clube. Ou seja, ninguém mais pode fabricar uma camiseta sem a autorização da Adidas.

O modo mais eficaz para forçar que lojas “piratas” assinem o contrato proposto por Fred Luz e se tornem oficiais é estrangular a distribuição. Se esses comércios param de receber os uniformes do Flamengo fornecidos pela Adidas, por exemplo, os lojistas seriam praticamente obrigados, por razões financeiras, a aderir ao projeto e repassar parte dos lucros ao clube.
Mas o Flamengo não quer um rompimento tão drástico.

“Não vamos partir para um modelo de ruptura. Esta é nossa filosofia. Temos um modelo de inclusão das empresas e das pessoas que há muito tempo vendem produtos do Flamengo”, conta Fred. Uma ação conjunta com a Adidas para cortar os canais de distribuição às lojas “piratas” tampouco agrada ao diretor. “Não tenho este tipo de acordo com a Adidas e nem vou entrar nessa conversa”.

Procurada pelo NEGÓCIOS FC, a Adidas preferiu não se posicionar a respeito.


Fonte: POR RODRIGO CAPELO

Lupo vende 60 mil camisas do Atlético-MG em abril, mas só entrega metade


Não há melhor momento para vender camisa de time de futebol do que quando a fase em campo ajuda. É o caso do Atlético-MG. Classificado para as oitavas de final da Copa Libertadores com a melhor campanha da primeira fase, com um ídolo como Ronaldinho Gaúcho em bom momento, esta é a hora para aproveitar o ânimo da torcida e ganhar nas lojas. Mas o clube mineiro esbarra em uma escolha que fez no início do ano: assinar com a Lupo.

Apenas em abril, a fornecedora de materiais esportivos atleticana vendeu 60 mil camisas, de acordo com Valquírio Cabral Júnior, até duas semanas atrás diretor comercial da Lupo. Mas ainda não entregou tudo. “Entregamos cerca de 50% dos pedidos”, conta o executivo ao NEGÓCIOS FC.

Desde janeiro, quando assinou o contrato com o Atlético-MG, a Lupo enfrenta problemas para fabricar e distribuir os produtos do clube. No primeiro mês, foram produzidas peças com urgência para vestir os jogadores. Nos treinos, os atletas tiveram de continuar usando uniformes da Topper.

Quanto às camisas que seriam levadas às lojas, o prazo inicial era março. Não foi cumprido.
A justificativa foi um impasse do presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, em trocar o patrocinador máster – a possível saída do BMG para a entrada da Caixa Econômica Federal iria desperdiçar todas as camisas que já tivessem a marca do banco mineiro, então a Lupo atrasou a produção. “O próprio presidente falou que a culpa foi dele”, defende Cabral Júnior.
A distribuição começou a ser acertada em 15 de abril, quando a Loja do Galo, principal comércio do clube em Belo Horizonte, foi reinaugurada pela Lupo.

“Foi um sucesso absoluto. Foram mil camisas vendidas só nesta loja”, conta o ex-diretor, que esteve na reabertura da unidade. Quem mais vende camisas – nenhuma surpresa – é Ronaldinho: cerca de 60% de todas as peças vendidas têm o nome dele nas costas. “O que chega nas lojas, acaba”, diz Cabral Júnior.

Lojas do clube e multimarcas, como a Centauro, têm recebido os materiais do Atlético-MG desde o meio de abril, mas as entregas seguem atrasadas.

“Eles têm um negócio que não está preparado para o tamanho do Atlético-MG. O nível de horizontalização é grande. Há muito imediatismo. O futebol é uma operação cercada de urgências”, avalia um executivo do mercado de materiais esportivos que prefere não ser identificado.

A Lupo negocia com a Filon para tentar solucionar os problemas na produção e na distribuição dos produtos. Uma estratégia já adotada por marcas como Topper e Puma para garantir o fornecimento para Grêmio e Botafogo. A Lupo faz os modelos e coloca a marca, a Filon cuida das fábricas.

Mas, até agora, a Lupo está por conta própria. E com a saída de Valquírio da diretoria comercial, a pessoa que costurava o acordo, uma parceria, como com a Filon, deve demorar mais para sair.

Procurada para comentar oficialmente o caso, a Lupo informou que “está cumprindo o acordo com o Atlético-MG em relação à venda”.

Cabral Júnior ainda visita a Lupo para resolver pendências, mas, agora, irá se dedicar à vida de empresário. Dono de franquias da própria Lupo, Valquírio deixa a companhia após mais de 30 anos. “Meu último grande contrato, minha última grande tarefa de marketing, foi este do Atlético-MG. Agora vou ficar com as franquias e abrir uma consultoria”, conta.

E Alexandre Kalil terá de esperar mais para poder ganhar tudo o que pode com as vendas de camisas nas lojas. Em janeiro, o presidente atleticano disse à rádio Esportes FM, quando a torcida criticou a escolha pela Lupo, que “quem compra marca é perua”. “Aqui nós queremos dinheiro”.

Quatro meses depois, a lentidão na entrega dos materiais é o preço a ser pago.

Fonte: POR RODRIGO CAPELO

Santos fecha com a Philco até fim do Paulista


O Santos terá a marca da Philco na cota máster – peito e costas do uniforme – até o fim do Campeonato Paulista. A fabricante de eletrônicos, também patrocinadora de Goiás e Náutico, acertou um patrocínio de até R$ 1,5 milhão ao time paulista.

A quantia paga aumenta a cada fase do Estadual. Há um valor para as quartas de final, contra o Palmeiras, um para a semifinal, um para a final e um para o título estadual. Se o Santos for campeão, o aporte chega a R$ 1,5 milhão.

A Philco fez uma proposta à diretoria santista para comprar a cota máster até o fim da temporada, mas os valores não agradaram os dirigentes – a meta é arrecadar cerca de R$ 22 milhões.

A fabricante de eletrônicos americana já esteve na camisa santista neste ano. Em fevereiro, no clássico contra o São Paulo, a empresa desembolsou para fazer um acordo pontual, somente para aquele jogo, enquanto negociava uma parceria mais longa.

A Philco aumentou os investimentos no futebol neste mês de abril, com os patrocínios ao Goiás e ao Náutico. No caso do time goiano, a companhia venceu a concorrência da LG, também interessada em patrociná-lo. E no caso dos pernambucanos, os dirigentes do Náutico comemoraram por ser o maior patrocínio que o clube já conseguiu em toda a sua história.

Nas últimas semanas, a montadora chinesa Chery esteve muito próxima de fechar um patrocínio até o fim do ano ao Santos. Os executivos da filial brasileira estão animados com o negócio e foram à China nesta semana para conseguir o aval dos chineses, mas ainda não retornaram ao Brasil com uma resposta ao marketing santista. A Chery também fez pontuais durante o Paulista.

Fonte: POR RODRIGO CAPELO

Atlético-MG e Ronaldinho irão repartir royalties de produtos


Das vendas de produtos licenciados de Ronaldinho Gaúcho, cuja linha foi lançada na tarde desta segunda-feira (29/04) em Minas Gerais, o Atlético-MG irá receber uma parte dos royalties. O valor será repartido igualmente entre clube e atleta, metade para cada, em um acordo fechado muito rapidamente.

Roberto Assis, irmão e empresário de Ronaldinho, entrou em contato com a SPR, empresa que administra redes de lojas de vários dos principais clubes do país e gere as marcas Kappa e Le Coq no Brasil, para conseguir uma linha de produtos do jogador. Assis, incomodado por não ter havido itens similares em times anteriores, como o Flamengo, marcou reuniões com Alexandre Kalil e Adriana Branco, presidente e diretora executiva do Atlético-MG, respectivamente.

Ronaldinho conheceu a variedade de produtos que poderiam ser produzidos pela SPR, escolheu os dez que mais lhe agradavam, e a linha foi lançada. Um processo bastante rápido, facilitado pelo grande poder de decisão que Kalil possui dentro do time mineiro.

Ainda não há uma previsão de quantos produtos podem ser vendidos ou de quanto Atlético-MG e Ronaldinho podem ganhar com os royalties, mas a quantidade de lojistas que entraram em contato com a SPR para solicitar a coleção surpreendeu Pedro Grzywacz, diretor executivo da empresa. Desde sexta-feira passada, quando foi anunciado o evento desta segunda para o lançamento da linha, mais de 500 lojistas já entraram em contato, segundo o executivo.

A partir de agora, Atlético-MG, Ronaldinho e SPR farão ações para promover os licenciados. Uma noite de autógrafos com torcedores que compraram produtos é uma das ideias. Levar um torcedor para assistir a um jogo no estádio Independência no camarote de Ronaldinho Gaúcho é outra.

No ponto de venda, deverão ser colocados totens do atleta em tamanho real ao lado dos produtos. Os itens serão entregues primeiramente às lojas do clube e, depois de 15 dias, serão repassados às multimarcas, como a Centauro.
E a Lupo? A fornecedora oficial de materiais esportivos atleticana foi protegida pelo presidente Kalil em contrato. A SPR não poderá fabricar camisetas que sejam similares às usadas em jogo, listradas, por exemplo, para não prejudicar as vendas de uniformes oficiais produzidos pela Lupo.

Fonte: POR RODRIGO CAPELO

O adeus (e a história) da Olympikus ao Flamengo


A Olympikus se despede do Flamengo nesta terça-feira. A relação começou em 31 de maio de 2008, quando, após meses de rumores, o clube confirmou que deixaria a Nike, maior fabricante de materiais esportivos do mundo, para fechar com a marca brasileira. E termina em 30 de abril de 2013, quando abre espaço para a alemã Adidas. No fim, a Olympikus conseguiu o que poucas fornecedoras conseguem no futebol brasileiro: visibilidade, prestígio e, muito mais raro, lucro.

A última ação realizada pela Olympikus surpreendeu – a empresa fez uma camisa do Flamengo de kevlar e nomax, materiais usados para a confecção de coletes à prova de balas, e a fez enfrentar impacto de 200 quilos, baixíssima temperatura, altíssima temperatura, enfim, testes para mostrar que a relação da marca com o clube resiste a tudo. Até ao fim do contrato. Mas as ideias bem sucedidas da empresa para se aproximar do flamenguista datam de bem antes.

Em maio de 2008, a Vulcabras/Azaleia investiu pesado para tirar a Nike do Flamengo. Foram R$ 10 milhões pagos em luvas, mais um contrato que envolvia R$ 5 milhões de patrocínio, R$ 8 milhões de garantia mínima, um valor mínimo referente aos royalties que o clube receberia da venda de uniformes, e 106 mil peças anuais, uma quantidade suficiente para vestir todas as modalidades e todos os funcionários do clube. Três vezes mais do que pagava a Nike.

Mas a fabricante americana entrou na Justiça, alegou que o contrato que tinha, válido até junho de 2009, teria de ser respeitado e ganhou. A Olympikus teve de esperar até julho de 2009, um ano depois de anunciar que tinha fechado com o Flamengo, para assumir o fornecimento de materiais. Neste meio tempo, inovou. Impedida de colocar sua marca por questões jurídicas, inseriu três pontos de interrogação no espaço da camisa que receberia o logotipo.

De julho a dezembro de 2009, a Olympikus faturou muito. Empurrada pelo título nacional conquistado pelo Flamengo, o sexto, e pelo sucesso do atacante Adriano naquele segundo semestre, a marca vendeu 1,2 milhão de camisas rubro-negras em seis meses. O lucro da Vulcabras/Azaleia com o Flamengo chegou a R$ 9,6 milhões naquele ano, segundo revelou ao NEGÓCIOS FC um executivo que deixou a companhia no ano passado. Desta quantia, já foram descontados os custos, como o patrocínio e a garantia mínima.

No ano seguinte, em 2010, os resultados financeiros despencaram junto com o rendimento do time em campo. Mas, pior do que a falta de vitórias no Estadual, na Libertadores e no Brasileiro, quem mais prejudicou as vendas da Olympikus naquele ano foi o goleiro Bruno, preso e acusado de estar envolvido no desaparecimento da namorada, Eliza Samudio. Os maus resultados e a polêmica fizeram com que a Vulcabras/Azaleia tivesse um prejuízo de R$ 2,3 milhões com o Flamengo.

Em 2011, o Flamengo contratou Thiago Neves, Ronaldinho Gaúcho e ganhou o Campeonato Carioca. Foi mal na Copa do Brasil e classificou-se para a Libertadores no Brasileiro. A fabricante voltou a lucrar, desta vez R$ 2,9 milhões. Mas o surgimento da primeira notícia de que a Adidas estava disposta a despejar dinheiro no Flamengo para tirar a Olympikus, no fim daquele ano, uma surpresa para a fornecedora, derrubaria as vendas de novo.

No ano passado, 2012, os rumores causados pelas negociações entre Patrícia Amorim, então presidente flamenguista, e Carlos Peixoto, ex-dirigente do time que intermediou a aproximação com a Adidas, fizeram com que os torcedores deixassem de comprar camisas do clube. Afinal, não comprariam uma peça que poderia sair de linha em breve. A Olympikus sentiu o golpe. Até o fim do ano, a marca encaminhava para um prejuízo de cerca de R$ 3,5 milhões, ainda segundo este executivo que prefere não ser identificado.

Com as finanças em risco e os rumores de que a Adidas teria sucesso cada vez mais fortes, a Olympikus fechou a torneira. Parou de pagar os royalties ao Flamengo em setembro do ano passado. Por mês, eram quase R$ 800 mil que o clube deixou de receber. Depois de várias rodadas de negociação, a fabricante brasileira concordou em acabar com a parceria antes do término previsto por R$ 10 milhões – R$ 7 milhões referentes ao dinheiro que tinha investido para a construção de um museu e R$ 3 milhões como compensação pelo rompimento do contrato.

Com o passar dos anos, o contrato foi reajustado. Em 2012, eram R$ 6,2 milhões pagos como patrocínio e R$ 9,8 milhões como garantia mínima, relativa aos royalties sobre as vendas. A Adidas elevou bastante este valor para substituir a marca brasileira. Os alemães pagarão, como patrocínio, R$ 12,5 milhões nos primeiros cinco anos e R$ 17,5 milhões nos últimos cinco anos do contrato de uma década. A garantia mínima será de R$ 8 milhões anuais.
No fim das contas, a Vulcabras/Azaleia deixou o Flamengo com a conta no azul e o prestígio gerado por ações bem sucedidas – além da “camisa indestrutível”, ainda houve a retransmissão do Mundial conquistado pelos cariocas em 1981, feita pela Rádio Globo em parceria com a Olympikus e a agência DM9Sul. Especialmente no futebol brasileiro, acredite, sair de um grande clube com saldo positivo é para poucos.

Fonte: POR RODRIGO CAPELO

Votação sobre patrocínio do Fla é adiada para finalização de revisão de contrato


Os conselheiros do Flamengo foram convocados e iriam apreciar e votar o contrato de um patrocínio do clube em reunião do Conselho Deliberativo na próxima quinta-feira. Mas a reunião não vai mais ocorrer. Tudo porque os detalhes da minuta do acordo do clube com a empresa não foram acertados e, com o feriado desta quarta-feira, as conversas só poderão ser retomadas a partir da própria quinta. Com isso, o novo patrocinador do clube ainda não tem nova data para ser apreciado pelo Conselho Deliberativo do Flamengo. Estatutariamente, os conselheiros devem ser avisados da reunião com 48 horas de antecedência. 

"O Flamengo tem o seu ritual. Os patrocinadores têm o seu ritual. Infelizmente não deu tempo de estar tudo pronto. Há coisas que vão ser negociadas ainda na quinta-feira. Se não houvesse o feriado, talvez desse tempo", afirmou vice-presidente de marketing do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, aoESPN.com.br.

O nome do novo patrocinador é mantigo em sigilo e nem mesmo confirmado se seria o principal, também denominado master, no uniforme rubro-negro. Certo é que, de acordo com contrato firmado, a Peugeot já passa para as costas do uniforme no jogo contra o Campinense, nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil. Nos bastidores da Gávea, durante todo o dia, conselheiros tentaram buscar informações sobre o novo patrocínio. 

A Caixa Econômica Federal segue como favorita à disputa, principalmente após o clube ter conseguido todas as certidões negativas de débito, que o autorizam a receber patrocínio estatal. O montante do patrocínio também é mantido em sigilo e também nos bastidores do clube surgem informações de um número entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões por ano. Bap não confirma o nome e nem mesmo os valores. Segundo ele, como nem há minuta do contrato finalizada, não há ainda um valor devidamente estipulado. Mas o sonho de arrecadar ao menos R$ 80 milhões com a camisa continua. Atualmente, o clube recebe R$ 35 milhões da Adidas e outros R$ 8,4 milhões da Peugeot. 

"Não importa se o valor vem do bolso direito, do bolso esquerdo. O projeto é de ter receitas recorrentes na camisa do Flamengo. Isso é muito mais importante do que você está conquistando mais ou menos do que outro clube e patrocinador X ou Y. O valor total é que interessa", afirmou Luiz Eduardo Baptista. 

Além do contrato para patrocinador master, que ocuparia o espaço que até esta terça-feira foi legalmente da Peugeot, o Flamengo negocia mais dois espaços na camisa: mangas e barra inferior nas costas do uniforme. 

Fonte: Por Pedro Henrique Torre para o ESPN.com.br

Túlio Formicola, ex-Olympikus: Carta aberta a todos os flamenguistas


Me lembro como se fosse hoje quando entrei na sala do Ricardo Hinrichsen, então vice-presidente de marketing do Flamengo, para um encontro na Gávea. Não nos conhecíamos e consegui agendar a reunião. Ele me perguntou, curto e grosso: “Em que posso ajudar?”, com a formalidade subindo pelas paredes.

“Eu vim aqui porque quero patrocinar o Flamengo com a marca Olympikus”, respondi na lata. O Ricardo quase caiu da cadeira de tanto rir. “Mas hoje temos a Nike, a maior empresa de material esportivo do mundo…”, argumentou o executivo. Rebati: “Tudo bem que você tem a Nike, mas precisa analisar a nossa proposta…”
Ricardo concordou em conhecer o projeto da Vulcabras|azaleia.
Um ano e meio depois dessa nossa conversa inicial, assumimos o Flamengo, com Olympikus, em 2009. Naquele mesmo ano ganhamos o Brasileirão, garantindo o Hexa. Passamos por várias gestões políticas, com pelo menos três presidentes, vários diretores, executivos, conselheiros e funcionários.
Fornecer material esportivo para uma instituição do tamanho do Flamengo foi um dos maiores desafios da minha vida. Tudo na Gávea é gigante, da logística para a fabricação e distribuição de camisas, até as ações de marketing. E quando aparecem problemas, eles também são na mesma proporção de grandeza.
Aliás, não poupamos esforços para estar sempre ao lado dessa torcida maravilhosa, tanto nos momentos ruins quanto nos bons. Participamos da criação do Maior Mosaico do Mundo, no Maracanã; ajudamos a construir o Museu Flamengo, fizemos vários lançamentos de dezenas deprodutos oficiais da marca Olympikus, demos uma força para a contratação de jogadores e ainda criamos várias campanhas, entre elas a retransmissão original do jogo do Mundial pela Rádio Globo. Que flamenguista não se lembra daquela ação, criada para a Olympikus pela agência DM9Sul?

E a Arca do Tempo, no lançamento da pedra fundamental do Museu Flamengo, com a participação de torcedores ilustres, jornalistas, blogueiros… Ainda tem o livro Sempre Flamengo, uma homenagem aos jogadores que passaram pelo Fla e também a todos os colaboradores do clube, que tinham o nome eternizado nessa obra. Além de impresso, o livro também teve a versão para iPad na Apple Store.
O que não faltou foi energia para criar, organizar, patrocinar ou simplesmente apoiar várias ações que poderiam encher a torcida de mais orgulho pelo Flamengo. Mas tudo só foi possível graças à uma equipe fantástica, extremamente competente, motivada e comprometida. Cito aqui alguns nomes de profissionais que também fizeram parte dessa história: Fernando Costa, Fabiano Vieira, Alexandre Capatto, Fabrício Umbelino, Marcus Souto, Gabriel Skinner, Robinho, Lula (não o ex-presidente), Edu Pesce e ao grande e genial Pedro Morgado (in memorian). Sempre tive o apoio de Pedro Grendene, presidente do conselho da Vulcabras|azaleia, para grandes realizações no Flamengo.
Também tive o privilégio de trabalhar com uma equipe fantástica de comunicação e PR, que é a Vipcomm Assessoria de Imprensa. O trabalho da agência, comandada pelo Ricardo Ribeiro e Cláudia David, permitiu colocar a marca Flamengo/Olympikus nos principais veículos de mídia do país diariamente.
Hoje não trabalho mais na Olympikus. Depois de 14 anos na Vulcabras, a dona da marca, assumi novos desafios profissionais. Mas faço parte dessa história de sucesso. Conquistei muitos amigos durante os anos que atendi o Flamengo: jogadores, funcionários, diretores, conselheiros, etc. Sem contar a imprensa e os blogueiros. Muitos têm o número do meu celular e me ligam até hoje, seja para bater papo ou simplesmente para perguntar a minha “opinião” sobre assuntos relacionados ao Flamengo… e também falamos até de assuntos mais pessoais, como as zonas de conflitos no Oriente Médio ou mesmo sobre o meu Palmeiras!
Mas como diz o título desse texto, não sou e nem quero ser “parceiro” do Flamengo e dos flamenguistas. A palavra “parceria” é muito pequena pelo tamanho do que isso significa. Qualquer “parceria” começa e acaba, como um patrocínio, mas eu prefiro usar a palavra “relacionamento”, que pode durar por uma vida toda.
Digo com orgulho que tive o privilégio de fazer parte de um ciclo muito bonito que se encerra!
Desejo muita sorte ao Flamengo, aos torcedores, ao presidente, diretoria, funcionários, conselheiros, colaboradores e todos aqueles que têm algum envolvimento com o “Maior do Mundo”. E também desejo que o novo fornecedor de material esportivo ame o clube como nós também aprendemos a amar. Afinal, o FLAMENGO merece!
Tullio Formicola Filho, 49 anos, é executivo de marketing e foi o responsável por levar a Olympikus para o Flamengo em 2009. Ele também foi responsável pelas ações de marketing junto ao clube e aos torcedores. Atualmente é presidente de uma companhia norte-americana para o Brasil e América Latina.

Olympikus lança ‘camisa eterna’ do Flamengo



No último dia do contrato, Olympikus lança ‘camisa eterna’ do Flamengo

Manto, que ficará exposto no futuro museu do clube, é feito de material usado em coletes à prova de balas

Após fazer grande mistério em suas redes sociais nos últimos dias, a Olympikus divulgou nesta terça-feira qual a surpresa que preparou para o último dia do contrato de fornecimento de material esportivo do Flamengo. Em vídeo, a empresa apresentou a “camisa eterna” do Mais Querido.

Feita com kevlar e nomax, materiais-base na confecção de coletes à prova de balas e uniformes de bombeiros, o último Manto Sagrado produzido pela companhia passou ileso por diversos testes de qualidade, como comprovam as imagens liberadas pela Olympikus nesta manhã.

Deixando o clube para a entrada da alemã Adidas, que lançará o novo uniforme rubro-negro no próxima dia 23, a empresa prometeu deixar a camisa eterna exposta no futuro museu do Flamengo, que está sendo construído na sede da Gávea, com boa parte dos recursos destinados pela Olympikus.


O uniforme do vídeo é uma réplica do utilizado pelo clube no hexacampeonato de 2009 e foi submetida a testes de resistência para comprovar que ela permanecerá intacta e indestrutível.

Parabéns, Olympikus!


Confira o vídeo de divulgação da camisa eterna:





Fonte: Lancenet | futebol marketing | Olympikus

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Decepcionada, Geo Eventos fecha seção de esportes


A Geo Eventos encerrou neste mês a divisão de esportes. A empresa de entretenimento das Organizações Globo demitiu toda a equipe que trabalhava na área, e a justificativa foi a decepção: segundo a empresa, o mercado não correspondeu ao investimento feito nos últimos anos.

O sentimento de frustração que empresa revelou a seus funcionários é um reflexo do que aconteceu no mercado. Em 2011, por exemplo, a Geo recebeu do comitê organizador local (COL) da Copa do Mundo de 2014 o direito de organizar o sorteio das Eliminatórias. Em troca, pôde buscar patrocinadores e parceiros para o evento.

No entanto, a Geo só conseguiu parcerias com a Secretaria de Esporte e Lazer e com a Riotur, duas entidades públicas. E recebeu R$ 30 milhões de prefeitura e governo do Rio de Janeiro (R$ 15 milhões de cada).

A mudança é a terceira alteração de grande porte na Geo Eventos nos últimos dois anos. Em 2011, a empresa havia anunciado uma série de medidas para aprimorar o processo de gestão.

Naquela época, uma das mudanças foi dar autonomia comercial para cada uma das áreas da Geo – além de esportes, a empresa tinha braços de entretenimento e arenas. Claudio Santos, executivo que trabalhava no Grupo RBS, assumiu a vice-presidência comercial e de marketing da companhia.

Em 2012, porém, a Geo passou por mais uma mudança. Em comunicado oficial, Globo Comunicação e Participações S.A. e o Grupo RBS anunciaram o fim da sociedade que mantinham na agência.

A Globo assumiu todo o capital e os ativos da Geo. A empresa anunciou que pretendia investir em uma plataforma de eventos com espectro mais amplo, mas sem perder foco em esportes, entretenimento e negócios.

O fim da divisão de esportes ainda será oficializado em nota. A última atividade da área será o Billabong Rio Pro, etapa do circuito mundial de surfe profissional. O evento será realizado entre os dias 9 e 20 de maio, no Rio de Janeiro.

Os outros projetos da Geo no esporte já foram descartados. A empresa já tinha contratos, por exemplo, para realizar jogos de despedida para o goleiro Rogério Ceni (São Paulo) e o meia Deco (Fluminense).

Fonte: GUILHERME COSTA  - Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Allianz Parque, Allianz Center e Allianz 360º são as possibilidades para nome de estádio do Palmeiras



Nesta segunda-feira, Palmeiras, WTorre e AEG firmaram oficialmente a parceira com a Allianz, que adquiriu os naming rights do estádio alviverde.

Durante o anúncio, realizado em um shopping paulista, ficou definido que o nome da casa palmeirense será definido em uma votação na internet. Nenhum dos nomes, porém, faz alusão ao Palestra Itália.

Allianz Parque, Allianz Center e Allianz 360º foram os escolhidos após uma análise - que não contou com o Palmeiras - e os nomes estão à disposição para serem votados na página da seguradora alemã no Facebook, assim como no site da nova arena. A enquete ficará à disposição até o dia 20 de maio. O anúncio deve ser feito entre o final do mês de maio, e início de junho.

Em vídeo, Robbie Keane e Landon Donovan, jogadores do LA Galaxy, e a cantora Jennifer Lopez, disseram estar ansiosos para a estreia da arena multiuso do Verdão. Embora a escolha ainda esteja no início, todos chamaram o estádio de Allianz Parque, nome o qual tem mais proximidade com o antigo estádio do clube, também chamado de Parque Antártica.
- O nome Palestra Itália faz parte da nossa história e jamais vai ser esquecido. Vai estar dentro do coração dos palmeirenses. Mas temos um grande parceiro e o clube vai respeitar todas as situações do nome da nova arena - avisou o presidente Paulo Nobre. De acordo com a Allianz, já existe um início de negociações com meios de comunicação para que o nome da seguradora seja divulgado em transmissões de eventos esportivos.

Fonte: LANCENET! 

Olympikus prepara campanha para se despedir do Flamengo


Nossa parceria está acabando – mas a Olympikus será, para sempre, orgulhosamente rubro-negra.

É esta a mensagem que a fabricante pretende passar à torcida do Flamengo em uma campanha especial de despedida, às vésperas da ativação da adidas como nova fornecedora esportiva do clube.

Concepts da iniciativa puderam ser vistos ao longo de abril no Facebook oficial da marca, relembrando ações e grandes momentos vividos desde o anúncio oficial da “OLK” como a então nova patrocinadora flamenguista, em 1º de setembro de 2009.

Após ter divulgado pelo Twitter no último domingo uma imagem em referência à campanha final de patrocínio com o Flamengo, que termina nesta terça-feira, a Olympikus soltou na rede social nesta segunda-feira mais uma imagem e deu uma pista sobre a campanha. Pelo que dá para perceber, uma camisa especial será lançada pela empresa. A partir desta quarta-feira a Adidas assume o posto de patrocinadora do Rubro-Negro. Confira abaixo!








Fonte: Futebol Marketing | Lancenet

segunda-feira, 22 de abril de 2013

EUA na Taça Libertadores


Representantes da Conmebol, a Confederação Sul-Americana de Futebol, voltaram a negociar com a Major League Soccer possível entrada de clubes norte-americanos e canadenses na Libertadores de 2015.

Os contatos, que tiveram início no ano passado, foram retomados na semana passada e novas reuniões devem acontecer em junho, durante a Copa das Confederações, que acontece entre 15 de 30 de junho no Brasil.

A ideia é ampliar e fortalecer a Libertadores, seja em 2015, seja em 2016, incluindo mais dois países na competição. Vale lembrar que os times mexicanos já disputam o torneio, muito em função de interesses econômicos e venda de direitos de TV.

A Major League Soccer, que foi formada em 1996, depois da Copa nos Estados Unidos, dois anos antes, é a principal liga de futebol profissional do país e tem hoje 19 equipes participantes. O Los Angeles Galaxy é o atual bicampeão.

Há algum tempo os norte-americanos resolveram aumentar o intercâmbio com equipes estrangeiras, participando de competições oficiais contra equipes da América Central, entrando em torneios com equipes asiáticas e da Oceania e atraindo times europeus para realizar a pré-temporada no país. O passo mais ambicioso, a participação na Libertadores, depende de questões financeiras.

É bom salientar que a Conmebol também tem trabalhado para ampliar a Libertadores, que este ano teve 32 equipes na fase de grupos, fora as que disputaram a chamada Pré-Libertadores. O torneio conta este ano com seis equipes brasileiras, todas classificadas para as oitavas de final, uma marca histórica para o Brasil, que conquistou 11 das últimas 20 edições do torneio. O campeão disputa o Mundial de Clubes, em dezembro.

Fonte: Por Janca  - Lancenet